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| - Vídeo que mostra fraude na merenda escolar é da Colômbia, não da Venezuela
Um vídeo em que diferentes crianças aparecem recebendo a mesma refeição para tirarem fotos, o que seria uma fraude na distribuição de merenda local, não foi gravado na Venezuela, ao contrário do que afirmam posts nas redes sociais.
O vídeo é de 2016 e foi gravado por uma professora na Colômbia, sem nenhuma relação com o governo do ditador Nicolás Maduro.
O que diz o post?
O vídeo publicado no Instagram exibe uma fila de crianças em um colégio, cada uma recebe a mesma marmita e o mesmo copo. Enquanto uma mulher organiza a fila, a outra registra uma foto de cada criança com os dois objetos, antes de passar a comida para o próximo aluno. Junto com o conteúdo está escrito: "Na Venezuela de Maduro amigo de Lula, nenhum estudante passa fome... Todos tem lanche. As fotos estão aí para provar". Na descrição da publicação aparece "Vídeo entrega a narrativa falida de Maduro (amigo do Lula)."
Por que é falso?
O vídeo foi gravado em uma escola pública na cidade de Aguachica, na Colômbia. Por meio de busca reversa, o UOL Confere encontrou evidências de que as imagens não foram gravadas na Venezuela. Elas são de alunos da Escola Sagrado Coração de Jesus, na Colômbia, em 2016, segundo a reportagem do Extra (aqui) e a imprensa colombiana (aqui). A simulação seria a alternativa encontrada pela "Fundación Provenir Valledupar", responsável pelo abastecimento da merenda na instituição, para tentar comprovar o pleno funcionamento de seus serviços.
O registro fotográfico das crianças com a comida é realizado por uma equipe de auditoria enviado pela Controladoria Geral. O objetivo das fotos era "verificar a forma como estão sendo utilizados os recursos do programa" de alimentação escolar, de acordo com o portal de notícias colombiano Canal 1 (aqui).
A autora do vídeo é uma das professoras do colégio que publicou inicialmente no Facebook. Conforme a CNN Colômbia (aqui), o conteúdo foi gravado por Claribel Rodríguez, professora da Escola Sagrado Coração de Jesus. Na descrição da publicação, ela escreveu: "Quero compartilhar este vídeo e espero que vejam até o final. A injustiça que é cometida com as crianças".
O governo colombiano iniciou uma investigação. A Procuradoria Geral da Colômbia publicou em seu perfil em 2016 no X, (aqui) que começou a investigar as irregularidades na entrega de alimentos para as crianças.Desinformação antiga. O mesmo conteúdo já tinha circulado em 2019, quando foi verificado pelo Estadão Verifica (aqui) e a Lupa (aqui)
Viralização. No Instagram, a publicação com o conteúdo desinformativo registrava mais de 56 mil visualizações.
Este conteúdo também foi verificado por Estadão Verifica, Reuters e Aos Fatos.
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