schema:text
| - “O deputado do PS, Ascenso Simões, chamou esta quinta-feira [dia 16 de janeiro de 2020] aos juízes que realizaram o relatório do Tribunal de Contas acerca da venda de imóveis da Segurança Social (SS) à Câmara Municipal de Lisboa de ‘mentecaptos‘. Os socialistas pensam que mandam em tudo. Querem controlar tudo, desde o aparelho de Estado até ao Judicial”, denuncia-se na publicação em causa, apontada como sendo falsa ou enganadora por vários utilizadores do Facebook.
Confirma-se ou não que o referido deputado do PS disse que juízes do Tribunal de Contas são “mentecaptos”?
Sim, é verdade, através de um tweet que o deputado socialista publicou na sua conta, a 16 de janeiro.
Eis a mensagem integral, escrita por Ascenso Simões: “O relatório do Tribunal de Contas sobre o negócio entre a Câmara de Lisboa e a Segurança Social deve ter sido escrito por mentecaptos, lido por mentecaptos e sancionado por mentecaptos. Como foi possível ter ascendido a conselheiro a tralha toda da maluqueira nacional?”
Trata-se do Relatório nº 26/2019 de auditoria à gestão do património da Segurança Social – Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, apresentado no dia 15 de janeiro. De resto, Ascenso Simões não foi o único político socialista a criticar publicamente o relatório do Tribunal de Contas e os respetivos autores.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, também logo no dia 16 de janeiro, classificou o relatório do Tribunal de Contas sobre a venda de 11 imóveis da Segurança Social ao município como “tecnicamente incompetente“, recusando que tenha sido um negócio com prejuízo para a Segurança Social.
O preço de venda de 11 imóveis da Segurança Social à Câmara Municipal de Lisboa para arrendamento acessível, acordado em 2018, por 57,2 milhões de euros, é inferior em 3,5 milhões ao valor de mercado, revelou o Tribunal de Contas no relatório.
Segundo o organismo que fiscaliza as contas públicas, o memorando assinado em julho de 2018 entre o município presidido por Fernando Medina e o ex-ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva, “privilegiou a prossecução de uma política de arrendamento acessível em Lisboa em detrimento da receita e consequente sustentabilidade da Segurança Social”.
“O relatório do Tribunal de Contas é um relatório lamentável a todos os títulos e é um relatório tecnicamente incompetente”, acusou o presidente da autarquia, em conferência de imprensa que decorreu nos Paços do Concelho.
Fernando Medina afirmou que o Tribunal de Contas “acusa a Segurança Social de ter feito uma venda com prejuízo“, o que considerou ser “absolutamente falso“, tendo em conta a realização de “quatro avaliações” e que os imóveis foram “adquiridos em condições de mercado”.
Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
|