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| - “Isto é o valor a pagar por cada vacina de prevenção para o cancro do colo do útero! O tratamento são três vacinas (eu vou para a terceira). Não têm comparticipação pelo Estado. Não ficava mais barato ao Estado a prevenção que o tratamento? Sei lá… Destes assuntos ninguém fala”, lamenta-se no tweet de 12 de fevereiro, remetido ao Polígrafo para verificação.
Na imagem surge o que parece ser uma fatura da aquisição da vacina, com um valor líquido de 134,28 euros. Mas nos comentários ao tweet alega-se que a vacina é comparticipada, embora apenas para determinadas faixas etárias de raparigas e rapazes.
Quem é que tem razão?
Contactada pelo Polígrafo, a Direção-Geral da Saúde (DGS) esclarece que “a vacina contra infeções por Vírus do Papiloma Humano (HPV) foi introduzida no Programa Nacional de Vacinação em 2008″.
Presentemente, o medicamento é administrado “gratuitamente a todas as raparigas nascidas a partir do ano 1992, sendo que a idade máxima para iniciar o esquema vacinal é 17 anos e a idade máxima para completar o esquema vacinal é 26 anos“.
Mais, “a vacina HPV para rapazes foi introduzida no Programa Nacional de Vacinação em 2020, sendo também administrada gratuitamente a todos os rapazes nascidos a partir do ano 2009“. No caso dos rapazes, “a idade máxima para iniciar o esquema de vacinação é 17 anos e a idade máxima para completar o esquema de vacinação é 27 anos“.
Embora o HPV seja associado sobretudo ao desenvolvimento do cancro do colo do útero por ser a única causa da doença, o facto é que pode ser responsável por outros problemas de saúde como cancro do ânus, cancro da vagina, cancro do pénis, cancro da vulva e condilomas ou verrugas nos genitais.
Na página da Liga Portuguesa Contra o Cancro dedicada a este vírus informa-se que “existem mais de 120 tipos diferentes de HPV, dos quais 40 afetam preferencialmente os órgãos genitais (vulva, vagina, colo do útero, pénis e ânus)”.
Estes vírus “dividem-se em tipos de alto e baixo risco, em função das doenças que causam”. Nos casos de alto risco “incluem-se os tipos 16 e 18, que são responsáveis por 75% das lesões mais graves (cancerosas)”. Já nos casos de baixo risco “estão incluídos os tipos 6 e 11, que são responsáveis pela maioria das doenças benignas causadas pelo HPV, das quais as mais frequentes são os condilomas ou verrugas genitais”. Estima-se que “75% a 80% das pessoas sexualmente ativas tenham contacto com o vírus em alguma altura das suas vidas”.
Em suma, apesar de a vacina contra infeções por HPV não ser comparticipada a 100% pelo Estado para toda a população em quaquer idade, o facto é que é gratuita para as raparigas nascidas depois de 1992 e para os rapazes nascidos depois de 2009, estando a ser administrada às raparigas desde 2008 e aos rapazes desde 2020. É comparticipada em determinadas faixas etárias.
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Avaliação do Polígrafo:
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