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| - Talvez por causa da polémica em redor dos 11 motoristas ao serviço do gabinete do Primeiro-Ministro, António Costa, um blogue conotado com a produção de desinformação contra o governo e a esquerda política de uma forma geral publicou ontem um texto intitulado “Pedro Nuno santos é um dos ministros mais anedóticos de António Costa”.
Para sustentar a sua tese, o “Direita Política” refere vários episódios relacionados com o governante, dos quais o mais insólito diz respeito à alegada aquisição – e posterior venda -, pelo atual ministro das Infraestruturas e da Habitação, de um automóvel da marca Porsche.
Escreve o “Direita Política”: “Depois há aquela situação anedótica de que ia vender o Porsche 911 para ter uma vida mais consentânea, mais coerente com o socialismo que defende acerrimamente, e que pelos vistos, pratica – o pobre do homem não tinha percebido que ter um Porsche e ser socialista são coisas incompatíveis, não é só por um Porsche ser um produto de luxo, é muito mais por tudo o que não for possível dar a todos – a essência do socialismo – não pode ser só para alguns, para os privilegiados burgueses…”
Intrigados, alguns leitores do Polígrafo solicitaram, via WhatsApp (968213823), uma verificação de factos.
Neste caso, a resposta aos leitores é fácil – até porque foi o próprio Pedro Nuno Santos que a deu, numa entrevista ao jornal Observador, datada de 25 de Outubro de 2018. Esta passagem é muito clara:
Houve uma altura em que foi muito falado um Porsche que comprou. Já o vendeu?
Já. Eu e o meu pai sempre gostámos de carros. Mas admito que foi um erro.
Porquê?
Depois fui criticado por me desfazer dele, mas continuei certo de que o meu erro tinha sido a compra. Com o trabalho que faço, julgo que é um mau sinal que não é coerente com aquilo que quero fazer e com a forma como quero estar na política. Era uma despesa que, para mim, era supérflua e que não se justificava. Às vezes, fazemos coisas na nossa vida de que nos arrependemos. Obviamente que não fiz nada de errado, não tenho sequer um discurso moralista sobre gastos ou consumo, mas de facto não tinha sentido.
Porque é que não tinha sentido? Por ser um homem de esquerda, por ser um governante?
Os homens de esquerda têm o direito, tendo capacidade económica, para a usarem naquilo que entenderem. Não tenho nenhum discurso moralista sobre isso. Estou a falar de mim. Gostei, gosto, mas não me senti bem. Cometi um erro e corrigi-o, felizmente. O meu pai tem um carro que também circula nas redes sociais, é empresário, trabalhou para o ter, está no direito dele. A minha vida é outra, não me sentia bem.
Conclusão: é verdade que Pedro Nuno Santos, que é oriundo de uma família abastada que possui um grupo industrial na zona de São João da Madeira, adquiriu um Porsche 911, que poucos meses depois vendeu, por considerar que continuar a conduzi-lo seria “um mau sinal” e que “não seria coerente” com a forma como pretende estar na política.
Avaliação do Polígrafo:
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