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  • A publicação até vem acompanhada de uma captura de ecrã do que parece uma notícia. O objetivo é legitimar a informação escrita na publicação, mas nada do que é veiculado pela partilha no Facebook corresponde à verdade. A própria captura de ecrã é feita a um site várias vezes alvo de fact check e sinalizado pela rede internacional como fonte de desinformação e falsas notícias. Pode ser suficiente para quem está atento, mas a verdade é que a publicação já alcançou centenas de pessoas com as sucessivas partilhas. A captura de ecrã é feita ao site “The True Defender”, que em várias publicações já foi alvo de fact checking sinalizando o conteúdo como falso. Esta é só mais uma a somar ao currículo da página que, ainda assim, continua a influenciar quem a visita, conseguindo passar mensagens falsas. A gestão pandémica feita pelo governo indiano pode não ter sido a melhor e o facto de terem ignorado avisos da comunidade internacional sobre as mutações do vírus também não ajudou a evitar a multiplicação de casos e o cenário de caos que o país teve que enfrentar. Como solução, o governo indiano avançou com um pedido à comunicação social internacional para que deixasse de se referir à variante como “variante indiana” — mas isso não significa que o executivo de Narendra Modi tenha confirmado que a variante em causa “não existe”; trata-se de uma questão de nomeclatura e da conotação negativa de um país que a denominação arrasta consigo (como já tinha acontecido com a China, por exemplo). Argumentava à data o governo indiano que a Organização Mundial da Saúde não tinha classificado nenhuma variante como ‘variante indiana’ e que o facto de os meios de comunicação social a ela se referirem dessa forma aumentava a “desinformação” e era “prejudicial para a imagem do país”. De facto, poucos dias depois desse pedido oficial, a própria OMS decidiu começar a utilizar o alfabeto grego para designar variantes do novo coronavírus consideradas de interesse ou preocupação. A variante B.1.617, até então conhecida como variante indiana, que tem duas sublinhagens a B.1.617.1 e B.1.617.2, foram designadas no final de maio como ‘Kappa’ e ‘Delta’, respetivamente. Covid-19. OMS recorre a letras do alfabeto grego para designar variantes do novo coronavírus consideradas de interesse ou preocupação Ainda a título de exemplo, e de acordo com a tabela da OMS divulgada no final do mês, a variante B.1.1.7, detetada pela primeira vez no Reino Unido, foi batizada ‘Alpha’. E a B.1.351, com origem na África do Sul, passou a chamar-se ‘Beta’. Já a P.1, identificada no Brasil, ‘Gamma’. No comunicado divulgado, a OMS pedia ainda às autoridades de cada país e respetivos meios de comunicação social que adotassem as novas designações uma vez que a implementação do novo sistema de nomenclatura procura evitar designar as variantes do SARS-CoV-2 pelos locais onde foram identificadas pela primeira vez, considerando a OMS que tal é “estigmatizante e discriminatório”. Conclusão O governo indiano afirmou em comunicado que a OMS não tinha identificado nenhuma variante como ‘variante indiana’, o que cientificamente é verdade. Até ao final de maio, a única forma que a OMS tinha de distinguir as variantes que foram surgindo do vírus que causa a Covid-19 era através de letras e números, por exemplo, associando a designação “B.1.1.7” à variante que foi detetada pela primeira vez no Reino Unido ou “B.1.351” para a variante que teve origem na África do Sul. Numa tentativa de limpar a imagem que resultou da fracassada gestão da pandemia na Índia, o governo escreveu aos órgãos de comunicação social a pedir que deixassem de se referir à ‘variante indiana’ uma vez que a OMS nunca tinha identificado nenhuma variante dessa forma. Pouco tempo depois a OMS emitiu um comunicado para dar conta que as variantes do vírus passavam a ser nomeadas consoante as letras do alfabeto grego atribuindo às duas sublinhagens da até então conhecida por ‘variante indiana’ as designações de Kappa (B.1.617.1) e Delta (B.1.617.2). Ou seja, o governo indiano não contestou a existência da variante mas, sim, o recurso ao termo “variante indiana” para designar sublinhagens do vírus já identificadas e que estão, de facto, em circulação na comunidade. Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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