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| - A resposta à pergunta de partida só pode ser afirmativa. É um facto que durante as duas maiores crises do seu mandato, Tiago Brandão Rodrigues desapareceu de cena, provocando estranheza entre políticos, sindicalistas e jornalistas.
Em Junho de 2018, os professores iniciaram uma greve que durou duas semanas. Durante esse período, centenas de reuniões de avaliação foram adiadas nas escolas.
No fundo das sondagens de popularidade, Tiago Brandão Rodrigues desapareceu durante 15 dias, não revelando à comunicação social a sua agenda oficial.
O silêncio do ministro só foi interrompido na sequência de fortes protestos dos professores por entretanto ter sido tornada pública a sua deslocação à Rússia para assistir a um jogo da selecção nacional no campeonato europeu de futebol. A viagem foi também o motivo invocado para explicar a ausência do ministro no debate quinzenal que decorreu na presença do primeiro-ministro e dos restantes membros do governo. O Ministério da Educação fez-se representar pela secretária de Estado Adjunta da Educação, Alexandra Leitão. Até então, quem deu a cara pelo Ministério da Educação foi o secretário de Estado da Educação, João Costa.
Questionado nessa altura pelo jornal i sobre os motivos do silêncio do ministro, o Ministério da Educação afirmou que “o ministro esteve visível e falou publicamente no final das reuniões com os sindicatos, o que nem é comum porque se trata de reuniões regulares de trabalho”. Depois disso, acrescentou o ministério, “a agenda seguiu normalmente, com idas a escolas, eventos públicos e não públicos e ao parlamento”.
Ao jornal Sol, o Ministério da Educação justificou a viagem com o calendário de representações do Governo no Mundial que estaria definido “há várias semanas”.
Também em 2016, quando os colégios fortemente o corte dos contratos de associação, o ministro decidiu ignorar uma manifestação de 40 mil pessoas e rumar ao Brasil para assistir aos Jogos Olímpicos, fazendo-se acompanhar da sua assessora. Nessa altura, coube à secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, tomar as rédeas do conflito, por parte da tutela.
Nessa altura, o ambiente era diferente: Mário Nogueira, líder da FENPROF, era apresentado pelos contestatários como um amigo político de Brandão Rodrigues. Um manifestante levou mesmo um escaparate com fotografias de Mário Nogueira, da secretária de Estado da Educação e do ministro Tiago Brandão Rodrigues com vestidos de noiva. Chamou-lhes “Noivas de Santo António”. Entretanto, como se sabe, tudo mudou.
Avaliação do Polígrafo:
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