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| - Esta é ‘A árvore mais antiga do mundo‘, encontrada na Tanzânia, com mais de 6.000 anos. Existe antes que as escrituras apareçam; que as pirâmides serão feitas e antes de Jesus Cristo nascer!”, conta o autor da publicação em causa.
A fotografia mostra a referida árvore, que se assemelha a uma adansonia. Ao lado vê-se uma pessoa, o que permite ter noção da escala e do tamanho da árvore gigante.
É verdade que se trata da árvore mais antiga do mundo?
A informação já foi verificada pela Agence France-Presse (AFP) que a classificou como falsa. Segundo a plataforma de fact-checking, a mesma imagem já foi publicada e partilhada mais de mil vezes no Facebook, Instagram e Twitter. A fotografia com a mesma informação também foi difundida noutras línguas, como espanhol, inglês ou francês.
Em resposta à AFP, Pascal Danthu, ecologista e membro do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agropecuária para o Desenvolvimento, afirmou que é muito provável que a árvore esteja localizada na região de Morombe, no sudoeste de Madagáscar.
Para defender essa possibilidade, o ecologista partilhou fotografias captadas “há quatro ou cinco anos”, numa visita que o próprio realizou ao país. As semelhanças entre a árvore na fotografia partilhada das redes sociais e a árvore das fotografias de Danthu prendem-se com a disposição dos galhos (marcas a azul), marcas no tronco (quadrados a amarelo) e as formas (retângulos vermelhos). No entanto, o investigador não pode garantir que se trata da mesma adansonia.
Quanto à idade da árvore, de acordo com um estudo de 2018, publicado na revista científica Nature Plants, a adansonia mais antiga do mundo até agora conhecida estava localizada no Zimbabué e os investigadores estimam que tinha “apenas” cerca de 2450 anos em 2011, quando morreu. Desde então não foi encontrada outra árvore mais antiga.
Na secção de jardinagem do jornal francês Le Monde, lê-se que a adansonia é uma árvore da família Bombacaceae e “é uma árvore de folha caduca, frequentemente encontrada nas Comores, Madagáscar e África Austral“. De acordo com Pascal Danthu, os frutos e as folhas são “muito utilizados pelas populações locais” e a árvore tem “um lado sagrado”, sendo utilizada em “cultos ligados a mulheres e crianças”.
Contudo, estas árvores estão sob ameaça, devido ao aquecimento global. “Durante a segunda metade do século XIX, as adansonias da África Austral começaram a morrer, mas há cerca de 10 ou 15 anos o seu desaparecimento aumentou rapidamente devido às altas temperaturas e à seca”, explicou Adrian Patrut, um dos autores do estudo publicado na Nature Plants.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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