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  • “Antes do 25 de abril havia mais hospitais e mais camas de hospital, sabiam? No tempo da ditadura, do SNS antigo! Dos 634 hospitais que chegaram a existir já só há 225! Havia 54.514 camas para as 38.165 atuais! Maravilhas do caminho para o socialismo”, lê-se na mensagem da publicação em causa. O respetivo autor mostra depois uma tabela com dados referentes ao número de hospitais e camas de hospital, desde 1961 até 2014. Estes dados estatísticos são verdadeiros? E a comparação estabelecida é válida? A tabela que surge na publicação foi recolhida a partir da base de dados Pordata, sem qualquer tipo de alteração ou manipulação. No entanto, trata-se de uma versão mais sintética dos dados compilados na Pordata. Analisando com maior detalhe a informação estatística disponível, referente ao número de hospitais e respetivas camas, verifica-se uma diminuição substancial no ano de 1985, de 493 para 232 hospitais e de 51.524 para 39.291 camas de hospital. Ora, os dados do ano de 1985 estão sinalizados com um símbolo que representa uma quebra de série. Questionados pelo Polígrafo, os responsáveis da Pordata explicam que há uma quebra de série temporal “quando se verificam alterações que impeçam a continuidade da análise da evolução temporal de uma variável“. Por exemplo, nas definições da variável, nas classificações utilizadas, no universo de referência, no desenho da amostra, na metodologia de cálculo, etc. No caso em concreto, a quebra de série justifica-se pelo facto de “apenas a partir de 1985 os dados terem passado a ser da responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística (INE), através do inquérito aos Hospitais e inquérito aos Centros de Saúde”, sublinham. A fonte dos dados anteriores a 1985 é o livro “A Situação Social em Portugal, 1960-1999, ICS”. Ou seja, esses dados não correspondem a um levantamento oficial do número de hospitais e camas. Segundo a Pordata, “quando há uma quebra de série, os valores antes e depois daquele momento deixam de ser totalmente comparáveis entre si, neste caso pela ordem de grandeza dos dados entre 1984 e 1985, sugerimos que não seja feita qualquer comparação”. Em suma, a informação difundida na publicação sob análise não é falsa, mas carece de contextualização, sobretudo no que respeita à quebra de série em 1985. Tendo acesso a essa informação fundamental, conclui-se que os dados anteriores a 1985 não são comparáveis com os dados posteriores, por causa das diferenças substanciais na ordem de grandeza e nível de rigor ou eficácia na recolha. __________________________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Falta de contexto: conteúdos que podem ser enganadores sem contexto adicional. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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