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| - “Hoje, dia 22 de maio, nunca mais esquecerei este dia. O meu filho poderia estar a comemorar o seu aniversário. Um dia muito marcante na minha vida. Faz hoje cinco anos que neste dia na parte da manhã fiz-me militante do nosso Bloco de Esquerda e na parte da tarde fiz um aborto. Ganhei uma família na parte da manhã e passei a poupar dinheiro em presentes de aniversário devido aquela tarde. Yes!”, lê-se no print feito a um suposto tweet de 22 de maio, domingo, por uma militante do Bloco de Esquerda com conta verificada na rede social.
O Polígrafo não encontrou qualquer registo de que esta publicação tenha sido realmente difundida – nem por militantes do Bloco de Esquerda nem por qualquer outro utilizador do Twitter – a verdade é que o número de caracteres utilizados para relatar a situação impossibilitaria o envio daquele tweet para o público.
Aliás, o Polígrafo testou, como se vê na imagem abaixo, e só através de uma montagem se conseguiria publicar o texto completo num único tweet:
Ao Polígrafo, fonte oficial do Bloco de Esquerda garante que o partido “desconhece tal publicação”, mas que “o uso do símbolo do Bloco em publicações falsas é, lamentavelmente, comum”.
De resto, a aprovação do referendo que legalizou a interrupção voluntária da gravidez (IVG) até às 10 semanas em Portugal já fez 15 anos, em fevereiro deste ano, mas o Bloco de Esquerda continua a incluir, no seu programa eleitoral para os próximos quatro anos, a necessidade, por exemplo, de “descentralizar o acesso a este procedimento, desafogando, por um lado, os hospitais e facilitando, por outro lado, o acesso ao cumprimento de um direito, não apenas às cidadãs nacionais, mas também às mulheres migrantes”.
“Os centros de saúde e as unidades de saúde familiar podem ser parte desta resposta, nomeadamente no que ao aborto médico diz respeito. São instituições mais próximas das pessoas, o que permite desde logo esbater dificuldades – culturais e económicas – no acesso à saúde sexual e reprodutiva”, escreve o partido.
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