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  • Não é verdade que o rapper americano Sean Combs, conhecido como Diddy, tenha revelado em julgamento na última quarta-feira (16) que a cantora brasileira Anitta teria participado de um esquema de tráfico de crianças na ilha do Marajó (PA). Diddy não fez qualquer alegação similar em nenhuma de suas aparições diante da corte. Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 1 milhão de visualizações no TikTok e 2.600 curtidas no Instagram até a tarde desta quinta-feira (17). Diddy acusa Anitta em caso Marajó em seu tribunal nesta manhã (16/10) Posts nas redes enganam ao afirmar que, durante uma audiência ocorrida na última quarta-feira (16), Diddy teria acusado Anitta de integrar um esquema de tráfico de crianças na ilha do Marajó. A última vez que o rapper esteve perante a corte foi em 10 de outubro. Repórteres que acompanharam a audiência relataram que o cantor permaneceu em silêncio durante todo o tempo. Em nenhum momento, o juiz do caso, a promotoria ou os advogados fizeram qualquer menção a Anitta ou a eventuais casos de exploração infantil na ilha do Marajó. O rapper está preso desde 16 de setembro, acusado de crimes como tráfico sexual, sequestro, agressão física e suborno. Seus advogados pediram à Justiça que ele cumprisse prisão domiciliar, mas a solicitação foi negada. O julgamento está marcado para 5 de maio de 2025. Segundo a promotoria, os abusos sexuais — incluindo de menores de idade — ocorriam em festas dadas pelo músico que contavam com a presença de outros famosos. Em setembro, circulou nas redes o trecho de uma live de 2020 de Anitta e Diddy em que a cantora diz ter ficado “muito louca” em uma festa promovida pelo rapper. Aos Fatos tentou contato com a assessoria da cantora para comentar o assunto, mas não houve resposta. Marajó. Embora o arquipélago no Pará de fato registre centenas de denúncias de crimes sexuais contra crianças e adolescentes todos os anos, peças de desinformação buscam amplificar o pânico nas redes, disseminando casos sem comprovação. Em 2022, por exemplo, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) disse ter recebido denúncias sobre exploração sexual na região, mas nunca apresentou provas que corroborassem as alegações. O caso voltou a repercutir em fevereiro deste ano, quando a cantora Aymeê Rocha disseminou mais teorias sem comprovação. Aos Fatos desmentiu uma série de peças de desinformação sobre o caso na época (veja aqui, aqui e aqui). O caminho da apuração Por meio de busca na imprensa e da transcrição das falas do juiz, advogados e promotoria feita por repórteres presentes na audiência de Diddy, no dia 10 de outubro, Aos Fatos constatou que o rapper não fez qualquer menção a Anitta ou a casos de tráfico de crianças no Marajó. Também não foram encontradas referências à cantora em outras ocasiões em que o americano esteve diante da corte. Para contextualizar o caso, a reportagem procurou detalhes sobre o caso de Diddy, preso em 16 de setembro.
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