schema:text
| - Os resultados não diferem muito em comparação com as mais recentes sondagens, mas a forma como está a ser difundida – através de mensagens de texto nas redes sociais, sem os logotipos das entidades responsáveis, sem indicação de ficha técnica e sem estar associada a um órgão de comunicação social – levanta desde logo dúvidas quanto à autenticidade de uma suposta nova sondagem da Universidade Católica.
A divulgação da sondagem estaria agendada para o próximo domingo, dia 15 de setembro, mas os resultados estão a ser antecipados através de múltiplas publicações no Facebook e no Twitter. O PS destaca-se na frente, com 39,1% das intenções de voto, seguindo-se o PSD com 21,7%, o BE com 8%, o PAN com 5%, o CDS-PP com 4,9% e a CDU também com 4,9%.
Esta sondagem é falsa? Verificação de factos.
O Polígrafo contactou o Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica Portuguesa e confirmou que se trata de uma sondagem falsa. Além de não ter produzido esta sondagem que lhe é ilegitimamente atribuída, o CESOP não tem previsto divulgar qualquer nova sondagem no próximo domingo.
Na página da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) informa-se que “a Lei das Sondagens estabelece o regime jurídico da publicação ou difusão de sondagens e inquéritos de opinião, atribuindo competências de regulação à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e à Comissão Nacional de Eleições (CNE), ainda que a última só atue em dias de atos eleitorais ou referendários e no que diz respeito às condições de realização de sondagens junto aos locais de voto”.
“Importa sublinhar que nem todos os estudos de opinião (quer sejam sondagens ou inquéritos) são objeto de regulação, mas somente os que se relacionem direta ou indiretamente com temas de cariz político (de forma muito sumária, estudos relacionados com órgãos constitucionais, eleições e referendos, e forças políticas). A realização destas sondagens está limitada às entidades credenciadas pela ERC”, acrescenta-se.
Para ajudar a distinguir entre sondagens verdadeiras e sondagens falsas (ou não reguladas), a ERC identifica uma série de elementos a ter em conta: “Primeiro é fundamental garantir que se trata de uma sondagem, pelo que se a mesma for corretamente publicada far-se-á acompanhar de um conjunto de elementos que permitirá identificar, entre outros, quem fez a sondagem, quem a encomendou, qual o seu universo alvo e o tamanho da sua amostra, quando foi feita e de que forma (Cfr. n.º 2 do artigo 7.º da Lei das Sondagens). Esse conjunto de informações, designado vulgarmente pela comunicação social como ‘ficha técnica’, é importante tanto para aferir da sua qualidade, como para a sua correta interpretação. No caso das sondagens eleitorais, será importante verificar se os resultados avançados consideram apenas a intenção direta de voto expressa pelos inquiridos ou se, pelo contrário, se tratam de projeções de voto, nas quais a abstenção, os não respondentes e os indecisos são filtrados e/ou distribuídos. No caso das projeções, será importante reter que a utilização de diferentes modelos poderá levar à obtenção de resultados diferentes”.
Mais, “para compreender os resultados de uma sondagem, de entre as informações que devem constar da ‘ficha técnica’, deve-se ter particular atenção às margens de erro estatístico, pois esta fornece-nos as balizas em que estima que os resultados reais se encontrem. Assim, por exemplo, para uma projeção de um resultado de 25%, com um erro calculado de 2%, teríamos uma variação de dois pontos percentuais, para cima e para baixo, correspondendo ao intervalo de 23% a 27%”.
.
Avaliação do Polígrafo:
|