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  • “Para todos aqueles que desconhecem a verdade, a prova está nesta foto. Nos anos 80 e 90 a Força Aérea Portuguesa combatia os incêndios com o C-130 Hercules, o sistema MAFFS e o Helicóptero AL III”, alega o autor de uma publicação no Facebook. “A FAP foi forçada pelos governos corruptos a desistir de apoiar as populações, em detrimento de privados e outros interesses obscuros”, conclui o post. A publicação original data de 23 de agosto de 2013, mas tem sido partilhada e replicada por vários utilizadores da rede social nas últimas semanas. É verdade? Ao Polígrafo, fonte oficial da Força Aérea Portuguesa (FAP) confirma o apoio aos incêndios no final do século passado. “A Força Aérea operou, a partir de 1982, um sistema modular aplicável à frota C-130H Hércules, denominado MAFFS (Modular Airborne Fire-Fighting System)”, refere. “Essa capacidade foi descontinuada há cerca de 20 anos por ausência de solicitações por parte do então Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil/Ministério da Administração Interna”, explica a mesma fonte. Por essa razão, a Força Aérea informa que “iniciou-se a alienação dos equipamentos em 2009” e que o “processo que ficou concluído em maio de 2013”. O Polígrafo também contactou o Ministério da Defesa Nacional que remeteu qualquer resposta para a Força Aérea Portuguesa. O Ministério da Administração Interna, também contactado, não respondeu até ao momento da publicação deste artigo. Em 2016, surgiu uma petição que defendia que a Força Aérea Portuguesa voltasse a dispor de meios para combater incêndios. Em entrevista à Agência Lusa, o autor da iniciativa dizia: “Sempre achei estranho, desde os meus tempos de adolescente, este ramo das Forças Armadas não estar envolvido no combate aos incêndios, como estão as outras forças aéreas de Espanha, Grécia, Croácia e Marrocos.” No texto da petição, com 32 mil assinaturas à data, lia-se que o país “não pode nem deve dar-se ao luxo de não envolver de forma mais direta tão importante instituição ao serviço de Portugal”. Em 2017, esteve previsto o regresso dos C-130 ao combate de fogos florestais e o Ministério da Defesa chegou a pedir um estudo à FAP no sentido de passar a existir novamente um maior envolvimento das Forças Armadas no combate aos incêndios. Nessa altura, estava previsto que os C-130 seriam abatidos com a vinda dos KC-390, a partir de 2021, mas depois dos incêndios de 15 de outubro de 2017 foi ordenada a reavaliação da frota de cinco aviões, no sentido de verificar quantos C-130 poderiam ser disponibilizados e quais os custos financeiros da reconfiguração. Dois anos depois, em 2019, foi anunciada a compra de cinco KC-390 da brasileira Embraer. O então ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, declarou: “o KC-390 vai substituir a frota de C-130, com já 40 anos de idade e que está no limite da sua utilizabilidade”, com “duplo uso – civil e militar, incluindo combate aos incêndios.” Os C-130, acrescentou o ministro, “têm poucos anos de vida útil pela frente”, com “elevado grau de obsolescência tecnológica”, mas vão poder manter-se ativos nos próximos “seis a sete anos”, já que “estão a passar por uma pequena modernização necessária para terem autorização para continuar a voar”. ___________________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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