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| - As subidas dos preços dos combustíveis (e descidas, embora menos frequentes, sobretudo nos últimos meses) em Portugal continuam a motivar diversas publicações nas redes sociais, com especial incidência na componente de impostos desses preços de venda ao público. Em algumas dessas publicações tende-se a extrapolar os números, mas neste caso temos um exemplo de sentido inverso: as percentagens indicadas da carga fiscal sobre o gasóleo e gasolina pecam por defeito.
De acordo com os últimos dados da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), plasmados no “Boletim do Mercado de Combustíveis e GPL – janeiro 2022” (pode consultar aqui), “o preço de venda ao público (PVP) do gasóleo simples aumentou em janeiro (+2,9%), acompanhando o comportamento do preço do barril de petróleo no mercado internacional. A maior fatia do PVP paga pelo consumidor corresponde à componente de impostos (49,7%), seguida do valor da cotação internacional e frete (34,8%)”.
“Os custos de operação e margem de comercialização, a incorporação de biocombustíveis, a logística e a constituição de reservas estratégicas, representam, em conjunto, cerca de 15,6% do PVP médio do gasóleo simples. Os hipermercados continuam a ser os operadores com preços mais competitivos, apresentando preços médios de cerca de 9,7 cent/l abaixo do PVP médio nacional. Os operadores com ofertas low cost disponibilizaram gasóleo simples a um preço médio de 1,555 €/l, o que representa um adicional de 1,7% face ao preço dos hipermercados. As companhias petrolíferas de bandeira reportaram preços médios de 1,645 €/l, cerca de 2,1 cêntimos por litro acima do preço médio nacional”, informou a ERSE.
Quanto à gasolina, segundo o mesmo boletim, “no mês de janeiro [de 2022], o PVP médio da gasolina simples 95 aumentou (+2,5%), face ao mês anterior, acompanhando o comportamento do preço do barril de petróleo no mercado internacional. A componente do PVP de maior expressão corresponde a impostos, que representou em janeiro aproximadamente 55,5% do total da fatura da gasolina, seguido da cotação e frete (30,7%)”.
“Os custos de operação e margem de comercialização, a incorporação de biocombustíveis, a logística e a constituição de reservas estratégicas, representam, em conjunto, cerca de 13,8% do PVP médio da gasolina simples 95. Os hipermercados continuam a apresentar as ofertas mais competitivas: 1,1% abaixo dos operadores do segmento low cost e 6,1% inferiores aos dos postos de abastecimento que operam sob a insígnia de uma companhia petrolífera, representando uma diferença de 10,9 cent/l”, salientou a ERSE.
Para concluir, no mês de janeiro de 2022, analisando os preços médios de venda ao público, a carga fiscal sobre o gasóleo foi de 49,7% (e não de 46%) e sobre a gasolina foi de 55,5% (e não de 53%). As percentagens indicadas no post são imprecisas.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Parcialmente falso: as alegações dos conteúdos são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou está incompleta.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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