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| - “No Paço do Lumiar (Junta de Freguesia do Lumiar) foram colocados 1800 pilaretes. Agora chegou-se à conclusão que os carros pesados não passavam com a devida distância de segurança. Há semanas começou a sua remoção, um a um. #mágestao”, denuncia uma publicação no Facebook, de 16 de setembro, que tem sido partilhada em várias páginas.
“O nosso IMI a ser jogado fora. Farta de tanto pilarete e ciclovia”; “Paço do Lumiar! Colocaram e agora tiram! Carros grandes de emergência não passavam”; “Nós pagamos”, são alguns dos comentários de quem tem partilhado a publicação original.
O Polígrafo contactou a Junta de Freguesia do Lumiar e recebeu resposta do presidente Pedro Delgado Alves que esclarece que “a intervenção em curso é assegurada pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) e não pela Freguesia”.
“A informação de que dispomos é a de que a alteração que está a decorrer relativa a pilaretes tem a ver com a necessidade de numa curva da estrada abrir eixo de curvatura mais largo para autocarro da Carris – o 703 tem uma lotação elevada pelo que não é viável usar autocarro navette de menor dimensão. Num dos pontos da estrada isto implica retirar alguns pilaretes e espaçar de forma distinta outros”, esclarece o presidente da junta.
“Não tenho dados detalhados técnicos sobre quantidades, mas do que nos comunicaram não são muitos os que são deslocados, cerca de duas dezenas, e que serão, naturalmente, usados noutros locais, uma vez que são mobiliário urbano reutilizável“, conclui.
O Polígrafo contactou também a CML para obter esclarecimentos, mas não obteve resposta em tempo útil.
Em abril, o Polígrafo verificou a quantidade e o preço dos pilaretes colocados nesta zona de Lisboa. Na altura, a CML confirmou que, no caso da obra do Paço do Lumiar, a intervenção em causa “incidiu ao nível da infraestrutura rodoviária. Trata-se de uma obra executada num núcleo histórico antigo onde, em alguns arruamentos em particular, não existem passeios, a via é muito estreita e é partilhada (designa-se como zona de coexistência) ao mesmo nível por peões, veículos pesados, veículos ligeiros e bicicletas”.
A CML indicou ainda que nesta obra “foram colocados cerca de 1800 pilaretes” e que “o preço unitário de cada pilarete mais a sua colocação, no âmbito desta empreitada, era à data de adjudicação de 21,72 euros”. Ou seja, um total de 39.096 euros“.
Em suma, é verdade que estão a ser retirados pilaretes no Paço do Lumiar, mas são apenas algumas dezenas e não a totalidade dos cerca de 1800 pilaretes colocados desde 2019.
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Nota editorial 1: A publicação original, partilhada em vários grupos no Facebook, foi enviada ao Polígrafo por vários leitores que questionaram se, tal como dizia o post, iriam ser retirados todos os 1800 pilaretes na zona do Paço do Lumiar, em Lisboa, e qual o motivo para a alteração de uma obra recente.
Tendo em conta a publicação original, o Polígrafo classificou como falsa a alegação de que estariam a ser retirados “um a um” os 1800 pilaretes que o autor do post menciona. Depois de contactar a Junta de Freguesia do Lumiar, o presidente Pedro Delgado Alves explicou que estavam a ser removidas apenas algumas dezenas para possibilitar a passagem de autocarros da Carris de maior dimensão naquela rota.
Após a publicação, o Polígrafo foi contactado pelo autor do post em causa. Uma vez expostos os argumentos de ambas as partes, a direção editorial do Polígrafo disponibilizou-se a alterar a avaliação caso o autor efetuasse uma clarificação do seu texto, de forma a não disseminar uma mensagem dúbia. O autor aceitou corrigir a informação – “Reconheço que na data da publicação não determinei a quantidade de pilaretes a remover. Assim, a remoção que indico é dos pilaretes visíveis na foto. Desconheço se foram removidos 1800 ou 50” – e, por esse motivo, o Polígrafo alterou a classificação deste fact check.
Artigo editado às 18h22 de 30 de setembro
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Nota editorial 2: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é
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