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  • Como já tem vindo a ser habitual, as informações falsas ou enganadoras sobre a Covid-19 espalham-se com regularidade na internet. Desta vez, no passado dia 7 de julho, surgiu um longo post no Facebook sobre os supostos perigos do uso das zaragatoas, o dispositivo utilizado nos testes do novo coronavírus. Nessa publicação, questiona-se o facto da zaragatoa ser “tão invasiva”, de ser utilizada “ilegalmente em pessoas saudáveis e que têm entre 20% e 80% de falsos positivos”. Além disso, escreve-se ainda, entre outras suposições falsas, que as zaragatoas podem afetar os neurónios. Este post atingiu 17,7 mil visualizações e 541 partilhas. É, no entanto, completamente falso. Convém esclarecer, de imediato, que as zaragatoas não são invasivas, apesar do dispositivo médico ser desconfortável quando aplicado. “Este é o método de diagnóstico utilizado para colher secreção nasofaríngea [e recomendado pela Direcção Geral de Saúde], onde depois seja possível identificar o vírus respiratório – pode ser o SARS- CoV-2, o vírus da gripe ou outro vírus – não sendo, porém, um método invasivo”, confirmou ao Observador o epidemiologista Major António Silva Graça. O epidemiologista garantiu ainda que as zaragatoas “são feitas com dispositivos estéreis, semelhantes a cotonetes, mas um pouco mais compridas”. Servem, portanto, para recolher amostras do vírus através do nariz ou da garganta. Cai por terra, assim, o argumento de que estão a ser feitos testes com zaragatoas contaminadas. Convém acrescentar que estas colheitas são realizadas porque “nessas zonas é onde existe maior concentração de vírus, aumentando a fiabilidade do exame”, afirma João Júlio Cerqueira, médico especialista, que faz parte do projeto Scimed-Geral. Para João Júlio Cerqueira “não há nada de estranho em se ter começado com a colheita de amostras nasofaríngeas e na garganta” no que diz respeito à Covid-19. Porque, segundo o médico, “faz parte da evolução tecnológica começar com um teste mais rude, que precisa de mais material genético do vírus para fazer um diagnóstico e, posteriormente, a tecnologia ir aprimorando as técnicas de diagnóstico, tornando-se progressivamente mais prático, menos invasivo e com melhor qualidade diagnóstica”. O próximo passo é passar para os testes de saliva. É também preciso deixar claro, que o uso de zaragatoas é feito quando uma pessoa entra em contacto com o Serviço Nacional de Saúde para efetuar o teste, caso tenha algum dos sintomas indicados. A não ser, por exemplo, que seja obrigada a fazer o teste quando chega a um determinado país ou a demonstrar comprovativo de um teste negativo. Sobre a eventual ocorrência de efeitos secundários, o Major António Silva Graça afirma que, quando o teste é bem executado, eles não existem. Para João Júlio Cerqueira podem existir alguns efeitos secundários, embora mínimos, como desconforto nasal, dor de cabeça, ou desconforto no ouvido – e, em casos raros, desmaio . O médico especialista citou um estudo da Universidade de Cambridge, de 11 de junho deste ano, onde se investigaram os possíveis efeitos secundários do uso das zaragatoas. Já quanto aos resultados de falsos positivos “são raros e apenas devido a problemas no processamento laboratorial da amostra”, conclui o Major António Silva Graça. Conclusão Ainda que a utilização das zaragatoas para teste de diagnóstico da Covid-19 possa ser incomodativo, não é, de todo, invasivo. No passado dia 7 de julho surgiu uma publicação no Facebook que apontava para vários perigos do uso deste dispositivo médico, entre os quais: lesões nos neurónios ou causa de outras doenças. Além disso, argumenta-se que estão a ser utilizadas zaragatoas contaminadas em pessoas saudáveis. Segundo o epidemiologista Major António Silva Graça, este método não é invasivo e são feitas com “dispositivos estéreis, semelhantes a cotonetes, mas um pouco mais compridas”. Também não há qualquer tipo de efeito secundário quando o teste é bem executado. Quanto aos resultados de falsos positivos, estes “são raros” e devem-se, apenas, a “problemas no processamento laboratorial da amostra”, acrescentou o epidemiologista. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota 1: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook. Nota 2: O Observador faz parte da Aliança CoronaVirusFacts / DatosCoronaVirus, um grupo que junta mais de 100 fact-checkers que combatem a desinformação relacionada com a pandemia da COVID-19. Leia mais sobre esta aliança aqui.
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