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| - “Falei baixinho, mas com firmeza, e disse ao funcionário que um termómetro infravermelho nunca deve ser apontado para a testa de alguém, especialmente de bebés e crianças pequenas. Foi muito perturbador para mim observar crianças se acostumando a ver um objeto em forma de arma apontado para a testa e sem nenhuma reação negativa dos adultos como se isso fosse normal e aceitável”, alega-se na mensagem da publicação em causa.
“Como profissional da área médica, recuso-me a visar diretamente a glândula pineal, que está localizada diretamente no centro da testa, com um raio infravermelho. No entanto, a maioria das pessoas concorda em passar por isso várias vezes ao dia! Nossas glândulas pineais devem ser protegidas, pois é crucial para nossa saúde agora e no futuro”, conclui-se.
Verdade ou falsidade?
João Júlio Cerqueira, médico especialista de Medicina Geral e Familiar e criador da página “Scimed“, explica ao Polígrafo que “a maioria dos aparelhos aconselha a medição na testa da pessoa, num espaço livre de correntes de ar e sem o sol direto ou próximo de fontes de calor”, acrescentando que “a utilização deste tipo de termómetro em zonas não especificadas não representa qualquer perigo, mas pode dar leituras incorretas“.
Por exemplo o punho ou o pulso, como é sugerido na publicação, são zonas periféricas do organismo, o que “pode dar leituras mais baixas e a impressão errada de que não há aumento de temperatura corporal quando se pretende fazer o rastreio de estados febris”.
Em relação à glândula pineal, Celso Cunha, virologista e professor no Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, explica que “a glândula pineal é um pequeno órgão, existente em praticamente todos os vertebrados, situado aproximadamente na zona para onde são apontados os termómetros de infravermelhos.” A sua função, de acordo com o especialista, é a produção de melatonina e a regulação do sono e dos ciclos circadianos.
O médico esclarece ainda que “os raios infravermelhos não pertencem à categoria das chamadas radiações ionizantes e são utilizados com efeitos terapêuticos nalgumas patologias. São também usados na comunicação entre computadores, em comandos à distância, etc. Não está descrito, nas doses e tempo de exposição utilizados nos termómetros, mesmo que repetidamente, nenhum efeito danoso para qualquer orgão do nosso corpo.”
Concluindo, a publicação em causa difunde informação falsa.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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