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  • O assassinato de George Floyd por um policia em Minnesota nos Estados Unidos da América deu início a uma verdadeira onda de manifestações antirracistas um pouco por todo o mundo. E, em alturas de grande agitação social, é habitual a disseminação de informações e notícias falsas. A 15 de junho, surgiu uma publicação no Facebook, com uma imagem de uma mulher brutalmente agredida, que dava pelo nome de Aracely Henriquez, sendo ali descrita como alguém que foi “raptado e brutalmente agredido” por George Floyd. Chegou às 18,2 mil visualizações e teve 479 partilhas. Contudo, esta publicação é falsa. George Floyd terá comprado cigarros com uma nota falsa de 20 dólares, como reportado pelo New York Times a 31 de maio deste ano — tendo sido depois morto por um polícia. Esta suspeita de que o homem de 46 anos teria um passado ligado ao crime despertou o interesse da internet, sendo Floyd alvo de várias teorias conspirativas, que tentam retratá-lo como um criminoso. É nesse sentido que surge esta publicação falsa da “última vítima” de Floyd. Em 2007, Floyd foi condenado pela justiça americana a cinco anos de prisão, depois de ter estado envolvido num assalto à mão armada a uma casa, enquanto ainda vivia em Houston, como reporta o Politifact, que verificou esta publicação. O Houston Chronicle diz ainda que o assalto foi feito por seis homens, onde se incluía Floyd, e que este se declarou como culpado. Terá também sido apontada uma arma à tal mulher. Os problemas com a justiça terão começado em 1997, quando Floyd foi acusado de posse ilegal de drogas, como recordado pela NBC News. Aracely Henriquez teria sido uma das vítimas desse assalto, estando inclusivamente grávida, e é a mulher que surge na publicação original. Só que, na verdade, a mulher que vemos na imagem partilhada agora no Facebook trata-se de Andrea Sicignano, uma estudante americana que foi assaltada e violada em Madrid de 2018. Essa história chegou a ser contada na altura pelo jornal espanhol, El País, num artigo onde é possível encontrar a mesma fotografia. Sicignano chegou mesmo a fazer uma publicação no Facebook onde afirma que a sua fotografia estava a ser usada de forma errada para culpar George Floyd. “Tem circulado uma fotografia minha na internet desde ontem [11 de junho]. Esta fotografia [a que vemos na publicação] foi retirada numa cama de hospital em Espanha, depois de ter sido agredida e violada por um estranho. Postei a minha história há um ano com o intuito de usar a minha voz para encorajar e despertar atenção em relação a outras mulheres, para que possam falar das injustiças que sofrem”, escreveu a mulher naquela rede social. https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10160049450077782&set=a.10150157319587782&type=3 Quanto às informações que existem sobre o tal assalto em que George Floyd esteve presente, o PolitiFact conta que não há provas de que a mulher, Aracely Henriquez, estivesse, de facto, grávida durante o ato. As lesões que terá sofrido não foram, porém, provocadas por Floyd, mas sim por outro homem que fazia parte do assalto. Também a secção de fact checking da agência Reuters veio declarar esta publicação como sendo falsa, acrescentando que não há provas de que a vítima do assalto terá sido raptada. Conclusão Desde que George Floyd morreu que a internet tem sido profícua em espalhar informações falsas sobre o homem de 46 anos que foi assassinado por um polícia, em Minnesota, no passado mês de maio. Nesse sentido, surgiu uma publicação no Facebook a 15 de junho, que dava conta de uma suposta vítima de Floyd, que teria sido raptada e brutalmente agredida. Como verificado pelo PolitiFact e pela agência Reuters, esta informação não é verdadeira. De facto, George Floyd participou num assalto à mão armada a uma casa em 2007, mas a mulher que surge na fotografia da publicação não é Aracely Henriquez, mas sim Andrea Sicignano, uma estudante americana que foi assaltada e violada em Madrid de 2018. Sicignano já veio desmentir a publicação, fazendo um esclarecimento público naquela rede social. Já a vítima, segundo alguns jornais norte-americanos, não estaria grávida na altura do assalto nem sequer chegou a ser raptada, tendo, porém, sofrido algumas lesões durante o ato. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: De acordo com o sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook.
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