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| - Não é verdade que o bilionário Elon Musk descobriu que mais de 15 milhões de beneficiários da previdência dos Estados Unidos estavam registrados com idades acima de 120 anos. O dado já havia sido divulgado em duas auditorias anteriores da SSA (Administração da Seguridade Social), que revelou que cerca de 98% destes indivíduos não haviam recebido benefícios nem declarado renda nos últimos 50 anos.
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 25 mil curtidas no Instagram e centenas de compartilhamentos no Threads até a tarde desta terça-feira (18).
Elon Musk cuidando das contas do governo americano, encontrou mais de 15 milhões de mortos de beneficiário da previdência americana. Essas pessoas teriam mais de 120 anos de idade e estavam recebendo benefícios do governo
Publicações enganam ao afirmar que Elon Musk revelou a existência de mais de 15 milhões de beneficiários da previdência americana com idades acima de 120 anos. Não se trata de uma descoberta de Musk, já que números parecidos já foram revelados por auditorias anteriores.
A origem da alegação falsa foi uma publicação feita pelo bilionário em seu perfil no X. Sem apresentar provas, ele compartilhou a imagem de uma tabela alegando que os dados eram provenientes de uma base da previdência social e indicariam a quantidade de pessoas vivas por faixa etária.
Dados semelhantes aos apresentados por Musk não são novidade. Em julho de 2023, ainda sob o governo do democrata Joe Biden, a SSA divulgou uma auditoria revelando que 18,9 milhões de pessoas estavam registradas na base de dados como tendo 100 anos ou mais.
Segundo dados do Censo, somente 86 mil pessoas vivendo nos Estados Unidos à época eram de fato centenárias.
A auditoria também constatou que a maior parte destes registros — cerca de 18,4 milhões — correspondia a indivíduos que não haviam recebido benefícios nem declarado renda nos últimos 50 anos. O relatório final indicou que aproximadamente 44 mil centenários estavam de fato recebendo os pagamentos previdenciários.
Segundo os auditores, a principal hipótese para o erro envolve a agência não ter recebido informações sobre a morte dos beneficiários.
“Acreditamos que, provavelmente, a Administração da Seguridade Social não recebeu ou registrou a maioria das 18,9 milhões de mortes porque esses indivíduos faleceram há décadas — antes da implementação do registro eletrônico de óbitos”, afirma o relatório final.
Uma auditoria anterior, realizada em 2015, já havia identificado 6,5 milhões de registros na previdência de pessoas com mais de 112 anos, mas sem informações sobre a data do falecimento. O levantamento também concluiu que “quase nenhum” destes indivíduos havia de fato recebido os benefícios da previdência.
Além disso, desde setembro de 2015 a previdência americana interrompe automaticamente o pagamento para beneficiários que atingem 115 anos de idade, salvo em casos excepcionais que passam por um processo específico de averiguação.
O caminho da apuração
Aos Fatos consultou dados da seguridade social dos Estados Unidos e constatou que auditorias anteriores já haviam revelado dados similares e oferecido explicações para o fenômeno. Também consultamos a imprensa para contextualizar o caso.
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