schema:text
| - “A imbecilidade elevada ao hexágono, estátua de Lincoln vandalizada com a palavra ‘racista’. Que foi simplesmente o homem que acabou com a escravatura na gringolândia, loucos”, denuncia-se em mensagem associada a uma das publicações em causa.
No contexto das manifestações anti-racismo em curso nos EUA, desde há cerca de uma semana, após o homicídio do cidadão afro-americano George Floyd, em Minneapolis, a 25 de maio, vítima de violência policial registada em vídeo, quase todas as partilhas desta imagem nos últimos dias sugerem que se trata de um acto de vandalismo perpetrado no âmbito dessas manifestações, salientando o paradoxo de se classificar como “racista” precisamente o chefe de Estado que aboliu a escravatura no país.
Consultando os respetivos comentários, aliás, verifica-se que é essa a interpretação da maior parte das pessoas.
Confirma-se que uma estátua de Abraham Lincoln foi vandalizada com a inscrição de “racista” nas recentes manifestações anti-racismo nos EUA?
Não. Esta imagem já circula nas redes sociais desde meados de 2017, através de diversas publicações sem qualquer relação com as mais recentes manifestações anti-racismo.
Mais concretamente, a fotografia em causa foi captada em agosto de 2017 na cidade de San Juan, capital de Porto Rico, um Estado livre associado aos EUA, arquipélago localizado nas Grandes Antilhas do Mar das Caraíbas.
A estátua de Lincoln que aparece na imagem situa-se na zona histórica de San Juan, em frente a uma escola baptizada também com o nome do antigo presidente dos EUA. O acto de vandalismo ocorreu portanto há cerca de três anos.
Em várias publicações recentes que detectámos chega-se ao ponto de indicar que a estátua vandalizada se situa em Washington D.C., no emblemático Lincoln Memorial. É uma alegação falsa.
Importa ainda salientar que também estão a espalhar-se nas redes sociais mais imagens falsas de supostos actos de vandalismo nesse mesmo Lincoln Memorial, já sinalizadas pela Snopes como sendo manipuladas para reproduzir desinformação.
_________________________________________
Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
|