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| - O vídeo está a ser difundido em várias redes sociais e mostra uma enfermeira a ser vacinada para o SARS-CoV-2 com a vacina da Pfizer/BioNTech. Enquanto prestava declarações aos jornalistas, a profissional de saúde norte-americana confessou sentir-se “zonza” e desmaiou.
“Enfermeira-chefe Tiffany Dover fez parte do primeiro grupo de agentes da saúde que tomou a vacina da Pfizer nos EUA. O evento todo foi ao vivo. Assim que ela tomou a vacina, foi dar a entrevista, perdeu o raciocínio do que falava, ficou tonta e desmaiou ao vivo”, descreve-se numa das publicações no Facebook.
Mas será que o vídeo é autêntico?
Sim, mas carece da devida contextualização. Tiffany Dover, a enfermeira que surge na gravação, foi vacinada no “CHI Memorial Hospital” em Chattanooga, no estado americano do Tennessee. A profissional de saúde veio mais tarde afirmar que já estava bem, que não sentia dores no braço e que o seu desmaio não estava relacionado com a vacina. Dover explicou sofrer de uma condição que provoca desmaios quando sente dor. “É comum para mim”, disse.
Jesse Tucker, diretor de Medicina Intensiva do mesmo hospital, destacou que o desmaio é uma “reação que pode acontecer frequentemente com qualquer vacina ou injeção” e que não “há razão para suspeitar que está relacionado com a vacina”.
De facto, segundo um artigo do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, há relatos de desmaios com qualquer tipo de vacinas. Contudo, é mais frequentemente reportado em três vacinas específicas administradas a adolescentes: HPV (vacina do vírus do papiloma humano), MCV4 (vacina meningocócica) e Tdpa (vacina do tétano, difteria e tosse convulsa acelular). O CDC explica que “uma vez que os ingredientes das vacinas são diferentes, os cientistas acreditam que o desmaio é causado pelo processo de administração da vacina e não pela vacina em si”.
Também a Direção-Geral da Saúde (DGS), no Programa Nacional de Vacinação de 2020, indica que a “a criança, o adolescente e o adulto podem ter reações benignas” às vacinas, “relacionadas com o medo ou a dor (desmaio, ‘ir atrás do choro’, ataques de pânico ou convulsões) que podem confundir-se com reações anafiláticas”.
Têm sido propagadas nas redes sociais múltiplas alegações falsas e enganosas sobre as vacinas para o SARS-CoV-2. Pode consultar alguns dos fact-checks que o Polígrafo já publicou aqui, aqui ou aqui.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falta de contexto: conteúdos que podem ser enganadores sem contexto adicional.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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