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| - “A pouca vergonha neste país, numa altura de crise“, acusa-se na publicação do vídeo em causa, no Facebook, datada de 14 de dezembro de 2022.
O vídeo mostra uma embalagem de bifanas de porco comprada por 4,89 euros num supermercado Intermarché, com a indicação de um quilograma no rótulo (e preço). O denunciante pesa a embalagem numa balança e obtém a indicação de 979 gramas. “Só aqui já me estão a roubar umas gramas“, sublinha.
Depois retira as bifanas da embalagem, pesa-as na mesma balança e chega à conclusão de que não vão além de 764 gramas. Ou seja, menos 236 gramas do que deveriam pesar, de acordo com a indicação no rótulo.
Conclusão: o supermercado vende 764 gramas de carne de porco que cobra como se pesasse um quilograma.
Para esclarecer a situação, o Polígrafo contactou fonte oficial da cadeia de supermercados Intermarché, apresentando a denúncia do vídeo.
“O Intermarché informa que se encontra em contacto direto com o fornecedor de modo a garantir que todos os procedimentos são implementados para cumprir com rigor a pesagem rotulada. De acordo com o fornecedor, responsável pela produção do produto, podemos informar que: todas as balanças que são utilizados para pesagem de produto final são calibradas anualmente e aprovadas por uma entidade externa; todas as linhas de produção têm um sistema de controlo automático em funcionamento durante o processo de embalamento; as etiquetadoras rejeitam a cuvete quando esta não tem o peso definido; existem procedimentos, por amostragem, de verificação de peso de produto após etiquetagem; realizam-se auditorias a estes parâmetros e não temos registos de não conformidades”, responde a empresa.
No entanto, o facto é que não descarta liminarmente a possibilidade de um produto ter menos peso do que está indicado no rótulo. “Ao longo do seu período de validade, os produtos vão libertando, por processo natural, o exsudado que faz parte da sua composição, perdendo consequentemente peso“, ressalva.
“Essa libertação de exsudado pode ser incrementada por temperatura superiores ao recomendado“, sublinha.
O Intermaché assegura ainda que, com o objetivo de manter a satisfação dos clientes, “reforçámos de imediato as ações preventivas já em curso, de modo a evitar dúvidas idênticas”.
As medidas tomadas, segundo a resposta enviada ao Polígrafo, passam por “acompanhamento do funcionamento da linha de processamento em causa, de forma a averiguar possíveis desvios ao processo; reforço, junto dos operadores, da obrigatoriedade de nova passagem pelo controlador de peso sempre que existam cuvetes rejeitadas; reforço das auditorias da qualidade ao produto acabado, nomeadamente com a abertura de cuvetes e verificação de peso antes de expedição“.
O Polígrafo contactou ainda a DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, questionando sobre se teve conhecimento de queixas similares à exposta no vídeo. Em resposta, a DECO informa que “não tem registo de casos idênticos”.
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Avaliação do Polígrafo:
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