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| - “Nova Zelândia na vanguarda do novo normal. Olhamos para este cartaz de rua e ficamos na dúvida: será uma campanha de Natal? Uma campanha política? Uma campanha de vacinação em massa sob chantagem? ‘Cada reforço dá-te 6 meses de liberdades’. ‘Sem vacina não há trabalho nem subsídios’. Aparece escrito lado a lado com a cara sorridente da ditadora do país apelando também ao voto”, lê-se no início da publicação, partilhada no dia 7 de dezembro.
“E nas letras pequeninas diz que as liberdades não estão disponíveis em todas as áreas e podem ser alteradas. E assim vai o mundo ‘livre’ dos anos vinte do século XXI”, conclui a autora da publicação.
A imagem que complementa o post conta com uma fotografia de Jacinda Ardern – no lado esquerdo – e um texto no lado direito que diz: “Lembre-se de agendar a sua vacina de Natal. Cada vacina garante-lhe até seis meses de liberdades! Sem vacina, não há trabalho, nem reembolsos.” Em baixo, há um asterisco que remete para a segunda frase do cartaz, onde diz “liberdades não estão disponíveis em todas as áreas e estão sujeitas a mudanças”, seguido de um link.
Mas esta é a imagem original?
A resposta é não. E este não foi o único cartaz falso partilhado associado à primeira-ministra da Nova Zelândia. Desde 2020 que circulam publicações semelhantes. De acordo com o Politifact, o cartaz original surgiu em julho do ano passado, quando Jacinda Ardern laçou um novo slogan – “Vamos continuar em frente” – para o seu Partido Trabalhista numa campanha de eleições.
O Polígrafo efetuou uma pesquisa reversa no Google com a imagem manipulada e encontrou a original, com o slogan “Vamos continuar em frente”, no site New Zeland Election Ads.
Além disso, o cartaz original foi lançado muito antes do início do processo de vacinação na Nova Zelândia. As inconsistências gramaticais e o link, que não é válido, também provam a manipulação da imagem.
A Nova Zelândia implementou políticas rigorosas de confinamento e restrições de viagens durante grande parte da pandemia, o que ajudou a manter baixo o número de casos Covid-19 da nação e o número de mortes. O país também implementou a vacinação obrigatória para uma grande parte dos seus trabalhadores.
Em suma, a imagem em análise foi digitalmente alterada com o intuito de espalhar desinformação em relação às medidas tomadas no contexto da pandemia de Covid-19.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Adulterado: conteúdos de imagem, áudio ou vídeo que tenham sido editados ou sintetizados para além dos ajustes de clareza ou qualidade de formas que podem induzir as pessoas em erro; esta definição inclui emendas, mas não excertos dos conteúdos multimédia ou a apresentação de conteúdos multimédia fora do contexto; ao abrigo dos nossos Padrões da Comunidade, também removemos determinados vídeos manipulados produzidos por inteligência artificial ou aprendizagem automática e que provavelmente induziriam uma pessoa comum a acreditar que o interveniente do vídeo proferiu palavras que realmente não disse.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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