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| - Ao navegarmos pela internet deparamos-nos habitualmente com uma panóplia enorme de alimentos com supostos efeitos milagrosos. Prometem a cura e prevenção de doenças incuráveis, como o cancro, e o fim de tantas outras maleitas. Neste caso, a receita é de alho assado e a promessa é ambiciosa: o desaparecimento do cancro em apenas 24 horas. À semelhança de muitas outras, esta também é falsa.
Um vídeo em espanhol explica não só como se deve cozinhar o alho, mas também os efeitos que tem durante as 24 horas seguintes à ingestão: “O alho consegue curar o seu corpo em 24 horas. Numa hora, o estômago começa a digerir o alho e passa a alimentar o seu corpo. Em duas a quatro horas, o alho começa a destruir as células cancerígenas e a prevenir os danos dos radicais livres. Em quatro a cinco horas, o seu metabolismo fica mais acelerado e o alho ajuda a eliminar o excesso de água e gordura do seu corpo. Em seis a sete horas, as poderosas propriedades antibacterianas do alho começam a destruir as bactérias perigosas para o seu corpo”, explica o vídeo.
Este mito já vem, pelo menos, desde 2015, data em que foi publicado no blogue espanhol de remédios caseiros Reikjiarjun. No artigo estão descritas a mesma receita e a mesma explicação do processo curativo do alho assado.
No entanto, à semelhança da maior parte dos alimentos, a ciência ainda não conseguiu confirmar ou negar que de facto existe uma relação entre o consumo de alho e a diminuição do risco de aparecimento de cancro – até porque existem variados tipos de cancro com diferentes origens e tratamentos.
É verdade que este alimento, que é muito utilizado na cozinha mediterrânica como tempero, tem propriedades anti-inflamatórias quando incluído numa alimentação equilibrada. Mas a ciência ainda não tem conclusões definitivas sobre os seus efeitos anti-cancerígenos. Os poucos estudos feitos são inconclusivos.
Estes embustes sobre as curas milagrosas do cancro são alarmistas e perigosos de partilhar. Desistir de tratamentos cientificamente comprovados para optar por estes remédios caseiros pode colocar a saúde em risco.
Avaliação do Polígrafo:
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