schema:text
| - A denúncia, feita através de um meme que junta texto e imagem, tem sido amplamente partilhada nas redes sociais nos últimos dias e dá como certo que o gabinete de António Costa conta com 59 funcionários, entre eles 1 chefe de gabinete, 10 assessores, 10 adjuntos, 1 técnico especialista, 7 secretárias pessoais, 1 coordenador de apoio, 9 elementos que prestam apoio técnico-administrativo, 11 motoristas e, ainda, 9 auxiliares. Feitas as contas, só com pessoal, o gabinete teria um custo de 2.215.701,32 € ao ano.
A imagem, em si, não apresenta qualquer comentário ou legenda, mas é evidente a crítica ao exagero de colaboradores e ao custo da mão-de-obra, que é confirmada pelos vários comentários que se podem ler no Facebook. Exemplos: “Mordomias de chulice, paga Zé Povinho” ou “Isto é uma vergonha para um país tão pequeno e pobre”.
Porém, é falso que o Primeiro-Ministro tenha no seu gabinete 59 funcionários, como também não é verdadeiro que, por ano, sejam necessários mais de 2 milhões e 200 mil euros só para pagar os recursos humanos do gabinete de Costa.
Uma visita ao portal do Governo onde são publicadas as nomeações para todos os gabinetes do executivo permite verificar que com António Costa trabalham 40 pessoas, entre elas 1 chefe de gabinete, 9 assessores, 8 adjuntos, 3 técnicos especialistas, 8 secretários pessoais, 2 colaboradores que prestam apoio técnico-administrativo, 7 motoristas e 2 auxiliares.
Feitas as contas, em valores brutos e 14 meses de remuneração, o gabinete do Primeiro-Ministro custa, ao ano, 1.756.661,76 €, menos cerca de 459 mil euros do que o valor anunciado no meme.
O chefe de gabinete ganha 5.706,03 €, cada assessor aufere 4.548,47 €, os adjuntos e os técnicos especialistas ganham, cada um, 3.988,36 €, os secretários pessoais 2.364,04 €, os motoristas 2.121,33 €, o pessoal de apoio técnico-administrativo aufere 1.742,42€ e os auxiliares 1.131,81€. De destacar que um dos assessores do primeiro-ministro optou por manter o salário que tinha no emprego anterior, dentro da administração pública, sendo o valor suportado pelo serviço de origem, o que significa que o vencimento deste funcionário não entra para os custos com pessoal do gabinete.
Feitas as contas, em valores brutos e 14 meses de remuneração, o gabinete do primeiro-ministro custa, ao ano, 1.756.661,76 €, menos cerca de 459 mil euros do que o valor anunciado no meme, que manipula dados de forma grosseira, a começar pelo facto de afirmar que o gabinete de Costa ter 59 funcionários – de facto, isso já aconteceu, mas na anterior legislatura. E mesmo que assim fosse, as contas continuariam erradas.
Em conclusão, é falso que atualmente trabalhem 59 pessoas no gabinete do primeiro-ministro, e que a mão-de-obra custe, a cada ano, mais de 2.2 milhões de euros. Diretamente com Costa trabalham, na verdade, 40 funcionários, que custam ao erário público cerca de 1 milhão e 757 mil euros por ano.
Avaliação do Polígrafo:
|