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| - “Não serei o presidente dos bandidos”, comenta-se numa das partilhas da imagem no Facebook detectadas pelo Polígrafo, adaptando uma recente declaração de André Ventura, deputado, líder do partido Chega e candidato à Presidência da República.
Na imagem, entre sorrisos, Ventura aparece ao lado de Mário Machado, fundador e líder de movimentos nacionalistas, neonazis e de extrema-direita como a Frente Nacional, Nova Ordem Social ou Hammerskins Portugal.
No Twitter também deparamos com várias partilhas da mesma imagem. “Encontra alguém que olhe para ti como o Mário Machado olha para o André Ventura”, ironiza o autor de uma das publicações.
A fotografia em causa é autêntica? Não. Trata-se de uma montagem ou falsificação.
Mediante uma pesquisa na aplicação TinEye verifica-se que a imagem difundida nas redes sociais consiste numa adulteração a partir da fotografia original que foi publicada numa reportagem do jornal “Observador” sobre Machado, datada de maio de 2014.
Na fotografia original, Machado está a olhar para a sua ex-mulher, não para Ventura.
Em junho de 2020, Ventura declarou ao jornal “Expresso” que lamentava os apelos de Machado para que os seus seguidores participassem na manifestação convocada pelo Chega sob o mote “Portugal não é racista“.
O líder de movimentos neonazis tinha publicado um vídeo no YouTube no qual incentivava os “patriotas” e “nacionalistas” a participarem na manifestação do Chega, liderado por Ventura.
“Nunca contactei, nem fui contactado pelo Mário Machado. Uma coisa são ideais mais de direita, outra coisa é a apologia de crimes de ódio. Isso já não é democracia, é bandidagem“, sublinhou então Ventura.
Mário Machado é conhecido pela ficha criminal associada à discriminação racial, ofensas corporais, posse de armas ilegais, difamação, sequestro e extorsão. Em 2012 foi condenado a 10 anos de prisão, em cúmulo jurídico, por múltiplos ilícitos e acusações. Em 1997 já tinha sido condenado a quatro anos e três meses de prisão pelo envolvimento no homicídio de Alcindo Monteiro.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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