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  • A administração da vacina contra a Covid-19 em curso em vários países tem sido alvo de ataques de negacionistas da pandemia provocada pelo novo coronavírus. Recentemente, têm sido colocados a circular no Facebook vídeos nos quais é possível ver pessoas a tremer fortemente, garantindo-se que é um efeito secundário provocado pela inoculação. Dois dos vídeos partilhados referem casos que ocorreram nos Estados Unidos, um no estado do Indiana e outro no Louisiana. Há ainda um terceiro que terá já sido partilhado anteriormente para demonstrar supostos sintomas de outra vacina. Segundo dados recentes, já foram administradas 128 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, distribuídas por 73 países. Os relatos de Shawn Skelton e Angelia Gipson Desselle A protagonista de uma das publicações é Shawn Skelton, uma mulher que afirma ter ficado com tremores incontroláveis depois de ter tomado a primeira dose da vacina produzida pela Moderna, no dia 4 de janeiro (uma segunda-feira). “Na quinta de manhã, eu tinha todo o meu corpo em convulsões”, diz no vídeo partilhado no Facebook. “Não há nada que me convença que isto não foi da vacina Moderna”, acusa. A norte-americana foi tratada no Hospital de Neurociência Ortopédica Deaconess e, segundo noticia o jornal Courrier & Press, teve alta dias depois. Apesar de não ter sido identificada uma causa para os tremores de Shawn Skelton, os médicos acreditam que se trata um problema relacionado com stress. Em reação, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla inglesa) dos EUA afirmou que os sintomas referidos não são comuns em pacientes que tomam a vacina contra a Covid-19. “Os efeitos mais comuns são dores no local da injeção e alguns indivíduos experienciam sintomas como febre e arrepios. Estes efeitos tendem a ser suaves a moderados e desaparecem rapidamente”, explicou o organismo, citado pelo Courrier & Press. A entidade norte-americana sublinhou ainda que estes sintomas demonstram que o sistema imunológico está a “trabalhar e a construir uma proteção contra a doença”. O segundo vídeo foi partilhado pelo filho de Angelia Gipson Desselle, Brant Griner, e o objetivo era o mesmo: mostrar o estado físico da mãe depois desta ter sido inoculada. À plataforma de fact checking norte-americana PolitiFact, Brant Griner contou que a mulher de 45 anos foi vacinada na clínica médica onde trabalha a 5 de janeiro (terça-feira) e começou a ter espasmos e convulsões poucos dias depois. “Na sexta-feira, ela começou a ter sintomas semelhantes a convulsões na sua perna esquerda. Sábado, já mal conseguia andar. Foi então que foi admitida no hospital”, explica. O Politifact tentou confirmar se Angelia Desselle tomou a vacina, mas o filho recusou-se não só a dizer onde teria sido administrada a vacinação, mas também em que unidade de saúde fora admitida. A plataforma de verificação de factos contactou a clínica onde Desselle trabalha para confirmar se houve algum caso reportado de efeitos secundários, mas não obteve resposta. Segundo explicou Brant Griner num outro vídeo, os exames ao sangue e os testes ao cérebro realizados apresentaram valores normais. Desselle referia, no mesmo vídeo, uma condição chamada síndrome de Wolff-Parkinson-White, que causa um batimento cardíaco irregular. No entanto, não é claro pelas declarações dos protagonistas se este foi o diagnóstico apresentado pelos médicos ou se seria uma condição pré-existente. Segundo o que apurou o Politifact junto do Departamento de Saúde do Louisiana, não foi reportado nenhum caso de convulsões severas ou efeitos secundários neurológicos causados pela vacina. “Houve apenas uma pessoa que teve um efeito grave que justificou a hospitalização”, explica Kevin Litten, porta-voz do departamento de saúde. “Os sintomas foram desconforto gastrointestinais e tonturas. A pessoa foi tratada e teve alta”, acrescenta. Os vídeos foram eliminados das redes sociais por Brant Griner. Segundo justificou aos jornalistas, o patrão e os colegas de trabalho da mãe estavam a ser assediados e foi esta que solicitou que os conteúdos fossem apagados. No entanto, o vídeo inicial acabou por ser replicado e continua a circular no Facebook. Homem hospitalizado com convulsões Um homem deitado numa cama de hospital, com um aparelho de auxílio à respiração e com convulsões fortes: segundo uma investigação da plataforma de fact checking venezuelana Efecto Cocuyo, o vídeo foi publicado na conta pessoal de um utilizador de Facebook na qual são regularmente partilhadas informações falsas sobre a Covid-19. Porém, estas imagens já foram propagadas anteriormente para mostrar as alegadas consequências da vacina DTPa – que agrega a difteria, o tétano e a tosse convulsa. Em Portugal, esta vacina é administrada em cinco doses até aos cinco anos de idade. A partir dos 10 anos, a vacina contra o tétano e difteria é reforçada “aos 10, 25, 45, 65 anos e, posteriormente, de 10 em 10 anos”, como explicado no Plano Nacional de Vacinação. Ou seja, a DTPa não é administrada em adultos. Os efeitos secundários conhecidos são passageiros Segundo a Direção-Geral de Saúde (DGS), os efeitos secundários mais identificados durante os ensaios clínicos das vacinas contra o SARS-CoV-2 foram dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e febre. “Tal como qualquer outro medicamento, também a vacina contra a Covid-19 pode ter reações de adversas. A maioria delas são ligeiras e de curto prazo e nem todas as pessoas as identificam”, pode ler-se. João Gonçalves, diretor do Instituto de Investigação do Medicamento e professor de Farmácia na Universidade de Lisboa, explicou ao Polígrafo que “normalmente este tipo de efeitos dura entre 24 e 48 horas e depois desaparece”. “Os mais comuns são aqueles que chamamos ‘síndrome gripal’. Ou seja, há um cansaço muito grande, dores musculares no membro da administração [da vacina], algumas pessoas – com uma frequência menor – reportam dores de cabeça”, destaca. O professor explica que, “quando ocorrem situações ligadas à parte neurológica, já são efeitos muito raros e que são identificados em pessoas que têm alguma predisposição para que tal suceda, como acontece com outro tipo de vacinas ou medicamentos”. João Gonçalves refere ainda que, em situações raras, podem ocorrer tremores e calafrios, mas que são sintomas temporários que não provocam danos prolongados. Nos documentos publicados pela Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa), estão reportados os efeitos secundários das vacinas produzidas pela Pfizer, Moderna e AstraZeneca, os três fármacos aprovados para utilização na União Europeia até agora. Em nenhuma das vacinas é referia a existência de convulsões como efeito secundário. No caso da vacina da Pfizer e da Moderna, foi identificada uma reação alérgica grave (anafilaxia) que, com base nos dados disponíveis, tem frequência desconhecida. Essa reação levou a uma suspensão da vacinação em pessoas com alergias graves previamente diagnosticadas, depois de terem sido identificados dois casos no Reino Unido. “Antes da primeira administração, o utente tem de identificar se tem algum histórico de alergias a medicamentos, a alimentos, a qualquer tipo de vestuário, etc. Quando isso ocorre, a pessoa é referenciada para o especialista e é este que decide se a inoculação avança”, explica João Gonçalves. Margarida Saraiva, presidente da Sociedade Portuguesa de Imunologia (SPI), lembra que as vacinas que estão a ser administradas foram aprovadas pelas entidades reguladoras e são seguras. “Os estudos foram todos controlados, não só pelas empresas farmacêuticas e pelos cientistas que as desenvolveram, mas também pelas entidades reguladoras. A aprovação por uma entidade reguladora tem em consideração, além da eficácia, a segurança da vacina”, esclarece ao Polígrafo. A imunologista reconhece as preocupações da população referentes à segurança das vacinas, principalmente devido à rapidez com que os projetos foram disponibilizados, mas assegura que foram seguidos todos os passos protocolados. “Estas vacinas são novas no contexto da Covid-19, porque esta é também uma doença nova. A tecnologia na qual assentam foi usada, testada e validada há vários anos pela comunidade científica”, sublinha. Margarida Saraiva destaca que conforme mais pessoas são vacinadas é também possível “aferir melhor se há efeitos secundários”, reforçando que estes “continuam a ser raríssimos”. “Há muitos países, cientistas, entidades reguladoras e corpos clínicos que estão atentos a estas questões”, acrescenta a presidente da SPI. A DGS aconselha a que contacte o médico assistente ou a Linha SNS24 “em caso de persistência dos sintomas ou se surgir outra reação que o preocupe”. É também possível reportar qualquer efeito adverso da vacina através do Portal de Notificação de Reações Adversas do Infarmed. Em suma, não existem provas de que os casos de convulsões apresentados nos vídeos partilhados nas redes sociais estejam relacionados com a toma da vacina contra a Covid-19. Nos relatórios da vacina da Pfizer, da Moderna e da AstraZeneca, não há qualquer referência a convulsões como efeito secundário. __________________________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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