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| - “Há menos de dois anos fizeram esta ciclovia na Avenida Almirante Reis… Pintaram, puseram pilaretes. Tramaram o trânsito e paciência das pessoas, mas alguém ganhou dinheiro com a obra! Agora andam a desfazê-la… Alguém vai ganhar dinheiro com a des(obra)… Venha a ‘bazuca'”, descreve-se no post de 9 de abril no Facebook que acumula mais de 400 partilhas.
A respetiva imagem parece retratar uma obra em curso de remoção da ciclovia da Avenida Almirante Reis, em Lisboa. Confirma-se?
Questionada pelo Polígrafo, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) começa por esclarecer que a ciclovia “não está a ser retirada” da Avenida Almirante Reis. Pelo contrário, “está a ser prolongada entre a Praça do Chile e a Avenida Guerra Junqueiro, e entre a Rua da Palma e a Rua João das Regras”.
“Na sequência desta intervenção, estão a ser feitos ajustes ao projeto inicial no troço entre a Praça do Chile e a rua Febo Moniz, que resultam da avaliação feita pelo município durante este período e da auscultação feita pela autarquia a vários grupos de interesse, como moradores, associações de utilizadores de bicicleta, Junta de Freguesia e Assembleia Municipal. Esta avaliação é inerente a um projeto como este, do tipo pop-up“, justifica a CML.
Em concreto, no troço retratado na imagem, está a ser efetuada uma “separação dos sentidos para as bicicletas” que vai passar a “acautelar as condições de segurança e circulação necessárias, mas também permitir que, em caso de avaria de um automóvel, seja possível contorná-lo sem invadir o canal ciclável”.
A primeira versão da ciclovia ocupava exclusivamente uma faixa de rodovia do sentido ascendente. A nova versão consiste em estreitar a ciclovia no sentido descendente, voltando a possibilitar duas faixas de rodovia, e instalar outra ciclovia no sentido descendente, estreitando a rodovia mas mantendo as duas faixas de circulação existentes. A ciclovia passa a ser duplicada, com sentido ascendente e descendente, uma de cada lado do separador central.
Na resposta ao Polígrafo, a CML aproveitou para destacar a contagem de ciclistas realizada pelo Instituto Superior Técnico/CERIS nos meses de maio, junho e outubro de 2020, enaltecendo que “foi possível observar que o volume de ciclistas na Avenida Almirante Reis cresceu 140% após a introdução da ciclovia pop-up“.
Quanto ao custo das obras, a autarquia informa que “as duas intervenções na Avenida Almirante Reis e Rua da Palma e Martim Moniz, totalizando 2,4 quilómetros, estão orçadas em 300 mil euros“.
Em conclusão, a ciclovia da Avenida Almirante Reis não está a ser removida. Pelo contrário, “está a ser prolongada” e reformulada, passando a ter dois sentidos, um de cada lado do separador central. O post em causa difunde assim informação errada ou equivocada.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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