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| - “Países [em] que nasceram os jogadores da França. O que seria a França sem os estrangeiros?” Apenas um exemplo, entre centenas, de uma publicação que partilha a imagem em causa: os 11 jogadores da seleção francesa de futebol que iniciaram o jogo final do Mundial do Qatar frente à seleção argentina, com a indicação dos respetivos países de nascimento através de bandeiras.
Supostamente apenas Adrien Rabiot nasceu em França e entre os “estrangeiros” destaca-se até um “português“, Antoine Griezmann. Estas publicações (em múltiplas línguas) têm gerado comentários racistas/xenófobos.
O onze inicial dos franceses escolhido por Didier Deschamps para o frente a frente com Marrocos foi composto pelos jogadores Hugo Lloris, Jules Koundé, Raphaël Varane, Dayot Upamecano, Théo Hernandez, Aurélien Tchouaméni, Adrien Rabiot, Antoine Griezmann, Ousmane Dembélé, Kylian Mbappé e Olivier Giroud.
Na realidade, todos têm nacionalidade francesa. E, mais, todos nasceram em França.
A publicação engana ao indicar que 10 jogadores nasceram noutros países. Não é verdade. As nacionalidades indicadas nas bandeiras correspondem aos países de origem dos pais ou avós dos jogadores.
Griezmann é um desses casos. O jogador francês é filho de pais franceses, mas o avô era português e pode-se até dizer que o ADN futebolístico provém mesmo deste familiar. Amaro Lopes, avô materno de Griezmann, chegou a representar o Paços de Ferreira na primeira metade da década de 1950.
Outro exemplo é Mbappé que nasceu em França, de mãe francesa, mas o pai é um treinador de futebol proveniente dos Camarões.
Quanto a Giroud, é das avós que vem a ascendência italiana. O francês falou sobre as suas raízes italianas em entrevistas dadas quando assinou pelo AC Milan.
Importa apenas ressalvar que a seleção francesa integrava três jogadores não nascidos em França, embora de nacionalidade francesa. Não estavam naquele onze inicial, mas faziam parte da equipa e os dois primeiros tiveram participação em jogos, a saber: Eduardo Camavinga (nascido em Angola), Marcus Thuram (nascido em Itália) e Steve Mandanda (nascido na República Democrática do Congo).
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Avaliação do Polígrafo:
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