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  • Uma publicação viral partilhada em Portugal, via Facebook, no passado dia 19 de setembro, sugere que países como a Holanda e a Suécia se recusam a exigir o uso de máscaras de proteção individual por ser “inútil” na proteção contra o novo coronavírus. Os autores da publicação dizem mesmo que o Governo holandês considerou que não existem evidências científicas sobre a sua eficácia e que, portanto, desaconselha o uso da mesma. É verdade que a ministra da Saúde holandesa decidiu, em julho, não aconselhar o uso massivo de máscara, optando por reforçar as medidas de distanciamento físico, mas é errado dizer que não há na comunidade científica mundial evidências que apontem para a eficácia das máscaras faciais na propagação de gotículas infecciosas de qualquer espécie. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta evidências sobre o uso de máscara em casos de vírus gripais, mas admite que não há evidências “diretas” sobre o uso de máscara no vírus específico que está na origem da Covid-19. A verdade é que as orientações relativas ao uso de máscara têm sido revistas pelas entidades competentes e pelos países à medida que a pandemia vai evoluindo. No início, o equipamento de proteção não era recomendado para toda a gente, inclusive em Portugal, até porque não havia quantidades suficientes disponíveis no mercado. E a comunidade médica e hospitalar era prioritária no acesso a esse tipo de equipamento. Com o evoluir da pandemia, contudo, o conhecimento sobre o novo coronavírus foi evoluindo e a Organização Mundial de Saúde foi ajustando as suas recomendações acerca do uso de máscaras. As orientações da OMS mais recentes são de 5 de junho e, nessas, é muito claro que o uso de máscara é recomendado — e essa recomendação é baseada nas “evidências” científicas disponíveis. No documento, a entidade máxima da saúde recomenda que, “para prevenir efetivamente a propagação da Covid-19 em áreas com transmissão comunitária, os governos devem incentivar o público a usar máscaras em situações e configurações específicas, como parte de uma abordagem abrangente para travar a transmissão do vírus SARS-CoV-2”. Para esta afirmação, baseiam-se em estudos que provam que a máscara “pode evitar propagação de gotículas infecciosas”, embora não haja ainda base científica sobre este vírus em específico — que é novo e em grande medida desconhecido. No capítulo em que se refere à “Orientação sobre o uso de máscara pelo público em geral“, a OMS descreve as “evidências disponíveis” em que assenta a recomendação. É aí que diz que estudos sobre vários tipos de coronavírus, incluindo o síndrome gripal e o influenza, “demonstram que o uso de máscaras cirúrgicas pode evitar a propagação de gotículas infecciosas de uma pessoa infetada e sintomática (controle da fonte) para outra pessoa, bem como a possível contaminação do ambiente por essas gotículas”. Isso vale para os vírus tipo gripe, mas a OMS admite que ainda não há “evidências diretas” sobre o vírus que está na origem da Covid-19. A OMS garante que há evidências, ainda que “limitadas”, sobre o uso de máscaras por pessoas saudáveis em contexto de casa, sobretudo nos casos em que a pessoa mora com alguém doente, ou entre participantes de eventos de massas, garantindo que há evidências de que “pode ser benéfico como medida de prevenção”. E isso vale tanto para as máscaras cirúrgicas descartáveis como para as “máscaras de 12-16 camadas de algodão reutilizáveis” — ambas foram “associadas à proteção de indivíduos saudáveis dentro de casa e entre contactos dos casos”. “Isso pode ser considerado como evidência indireta do uso de máscaras (cirúrgicas ou outras) por indivíduos saudáveis na comunidade em geral”, conclui a OMS. O que os estudos em que a OMS se apoia sugerem é que, com o uso de máscara, as pessoas “precisariam de estar muito próximas de uma pessoa infetada [com um qualquer coronavírus], numa residência ou num evento de massa onde o distanciamento físico não fosse possível, para serem infetados com o vírus”. Mas a OMS admite que, “no momento” (à data de 5 de junho), “não há evidências diretas” de estudos sobre Covid-19 em pessoas saudáveis que provem “a eficácia do uso universal de máscaras por pessoas saudáveis na comunidade para prevenir a infeção por vírus respiratórios, incluindo o vírus causador da Covid-19”. É nesse sentido que a OMS acrescenta que os estudos sobre o novo coronavírus estão em constante atualização, devido à novidade que a ele está associada. Perante este enquadramento, cada país tem decidido as suas regras em função dos respetivos números de novos casos no país. Em Espanha, por exemplo, é obrigatório usar máscara ao ar livre. Quem não cumprir, arrisca-se a pagar uma multa. Em França, o equipamento de proteção individual tem de ser utilizado em todos os espaços públicos fechados. O mesmo acontece em Portugal, onde a Direção-Geral da Saúde reforça que “o uso de máscara é uma medida de proteção adicional ao distanciamento social, à higiene das mãos e à etiqueta respiratória”. “A população geral poderá utilizar as máscaras comunitárias e quem pertence ao grupo de risco deverá usar máscaras cirúrgicas”, pode ler-se no site oficial do Serviço Nacional de Saúde. Ou seja, o que muitos governos — como o português — têm feito é recomendar o uso de máscara como mais uma medida de proteção aliada a várias outras. Isto porque a comunidade científica provou que a máscara ajuda à prevenção de transmissão de gotículas infecciosas — apesar de não o ter provado em relação ao vírus SARS-CoV-2. A Holanda, por sua vez, fez o contrário. Como noticiou a agência Reuters, no final de julho, a ministra da Saúde, Tamara van Ark, anunciou ao país a decisão de não recomendar o uso massivo de máscaras de proteção individual por falta de evidência científica. A decisão foi anunciada depois de uma revisão do Instituto Nacional de Saúde holandês sobre o tema, tendo o governo optado por reforçar as medidas de distanciamento social à medida que os casos aumentavam no país. “Numa perspetiva médica, não há provas da eficácia do uso de máscaras comunitárias, por isso o Governo decidiu que não será obrigatório”, disse a ministra na altura. Conclusão É verdade que a ministra holandesa da Saúde, como diz o autor da publicação, decidiu, no final de julho, não recomendar o uso de máscaras sociais na comunidade por considerar que não há provas científicas da sua eficácia. A publicação, contudo, é enganadora, porque as recomendações da Organização Mundial de Saúde apontam para a existência de “evidências” — diretas e indiretas — sobre a eficácia da máscara na proteção contra a transmissão de “gotículas infecciosas”, apoiando-se em estudos feitos para vários tipos de vírus estilo síndrome gripal e influenza. É verdade, contudo, que a OMS admite que não há “evidências diretas” da eficácia deste mecanismo no caso do vírus SARS-CoV-2, que é novo e em grande medida ainda desconhecido. Ou seja, a comunidade científica acredita que a máscara, aliada a outras medidas de distanciamento e higiene, protege contra a transmissão de vários vírus respiratórios, pelo que, embora não haja ainda estudos suficientes sobre a Covid-19 em concreto (estão em constante atualização), é errado dizer que a máscara é “inútil” e que não há qualquer base científica sobre a eficácia do seu uso. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: Enganador No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é: PARCIALMENTE FALSO: as alegações dos conteúdos são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou está incompleta. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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