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  • Circula no Facebook uma publicação que alega que os patos que vivem nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, foram “abandonados à sua sorte”. “Famintos”, estes animais “voam para a estrada à procura de comida”, onde são atropelados elos condutores distraídos. “Todos os dias há patos mortos por atropelamento”, garante o post, que reproduz uma fotografia de rua com dois patos que alegadamente vivem no espaço da Fundação. Esta não é a primeira vez que surge nas redes sociais uma publicação a defender que a Gulbenkian tem vindo a negligenciar os animais que habitam os seus jardins. Outras fotografias têm também circulado online, como as que foram partilhadas a 3 de março no Twitter por uma utilizadora que apelou à salvação dos “patos da Fundação Calouste Gulbenkian perdidos no Largo São Sebastião da Pedreira e em frente à FCG”. O tweet motivou uma resposta da Fundação, que respondeu no dia seguinte: “Os patos têm comida suficiente no Jardim Gulbenkian”. Olá Joana, os patos têm comida suficiente no Jardim Gulbenkian. Tal como se tem observado por todo o mundo, o pouco movimento nas cidades deu espaço aos animais – incluindo os patos do Jardim – para explorarem a cidade. — Fundação Calouste Gulbenkian (@FCGulbenkian) May 4, 2020 Contactada pelo Observador, a Fundação Calouste Gulbenkian garantiu que os patos que habitam os jardins da sua sede, na Avenida de Berna, em Lisboa, “estão muito bem nutridos”. E negou as acusações de abandono. Segundo fonte oficial, estes animais encontram “no espaço natural do Jardim Gulbenkian (…) todo o alimento de que necessitam e que faz parte da sua dieta natural, nomeadamente pequenos peixes e ovos, lesmas, caracóis e moluscos, pequenos crustáceos, ervas, algas, plantas e raízes aquáticas, rãs e outros anfíbios, insetos aquáticos, sementes e grãos, pequenas bagas e frutos”. Esta “diversidade de alimento, bem como espaço para nidificação e descanso”, atrai inclusivamente animais de outras zonas da cidade, nomeadamente do Parque Eduardo VII, Monsanto e Jardim Zoológico. “Eles não pertencem ao Jardim e voam de lugar para lugar”, disse a Fundação, explicando-se assim as fotografias que mostram patos no meio da rua. Na resposta ao Observador, a Fundação Calouste Gulbenkian chamou ainda a atenção para “o facto de algumas pessoas oferecerem a estas aves alimentos caraterísticos da alimentação humana”, o que tem gerado “vários problemas, não só na saúde das aves como no desenvolvimento de comportamentos muito perigosos, como o de irem para a estrada à procura de contacto humano”. O organismo diz-se muito preocupado com a situação, “cuja solução implicará a colaboração de todos os vizinhos e visitantes”. A Fundação apela, por isso, a que se evite dar comida aos animais porque isso irá desequilibrar o ecossistema e poderá colocar a sua saúde em risco, como explica no seu site. As queixas recebidas motivaram ainda a Gulbenkian a criar um explicador com perguntas frequentes sobre os animais nos seus jardins, disponível aqui. Conclusão Os patos do Jardim Gulbenkian não estão mal alimentados. De acordo com a Fundação, estes animais encontram “no espaço natural do Jardim Gulbenkian (…) todo o alimento de que necessitam e que faz parte da sua dieta natural”. A presença de alguns destes animais nas ruas deve-se ao facto de algumas pessoas oferecerem a estas aves “alimentos caraterísticos da alimentação humana”, o que tem gerado “vários problemas, não só na saúde das aves, como no desenvolvimento de comportamentos muito perigosos, como o de irem para a estrada à procura de contacto humano”. A Fundação Calouste Gulbenkian apela, por isso, a que visitantes e vizinhos evitem dar comida aos patos que vivem ou frequentam os jardins da sede na Avenida de Berna. Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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