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| - “Apesar de os trabalhos parecerem atrasados, a Câmara de Lisboa garante que o parque urbano, que terá o nome de Ribeiro Telles, vai mesmo abrir este domingo, dia de Santo António. Fica a faltar concluir alguns percursos e a estrutura onde funcionará uma cafetaria”. É este o primeiro parágrafo de uma notícia do jornal Público do passado sábado, 12 de junho, sobre a abertura do novo parque na Praça de Espanha.
Embora as “muitas máquinas no local”, a inauguração oficial avançou e o parque Gonçalo Ribeiro Telles está aberto ao público desde domingo, 13 de junho, dia de Santo António. Nas redes sociais, não faltaram críticas à antecipação da abertura do espaço verde:
“Lisboa em ano eleitoral. Ou, parafraseando Lídia Jorge, ‘A inauguração assobiando nas gruas'”; “Parque Gonçalo Ribeiro Telles um dia depois da inauguração! Medina a querer desviar as atenções. O estaleiro de obras vai continuar. É só ridículo e patético!”; “Lisboa é a primeira Capital do Mundo a inaugurar um parque temático dedicado à construção civil, ao qual deu o nome do Arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles!”, ironiza-se em alguns tweets, publicados entre 13 e 14 de junho.
Também num longo texto, divulgado num blog, descreve-se o alegado estado do espaço depois de uma visita:
“Nunca, mas mesmo nunca, me passou pela cabeça ver o que vi, acharia sempre que a Câmara teria um mínimo de vergonha em fazer a inauguração naquelas condições, acharia sempre que se o fizesse, todos os jornais a denunciariam a fraude da inauguração em si e a evidente mentira de que os equipamentos desportivos e infantis estão utilizáveis. (…) Mesmo os caminhos estão abruptamente cortados e sem aviso, desembocando em frentes de obra ativas, não há qualquer continuidade de circulação e única parte minimamente apresentável é um relvado encharcado – como é inevitável por se tratar de tapetes de relva recentemente colocados que nem me parece que devessem ser sujeitos a pisoteio antes de enraizados com sucesso – pontuados por árvores cujo tronco, na base, foi cercado de vasos com plantas para a inauguração“.
“No fundo trata-se de uma obra que ocupa uma área imensa, onde se movimentam equipamentos pesados e veículos que, irresponsavelmente, alguém achou útil e seguro misturar com um uso público de lazer”, conclui o autor do blog, no texto de 16 de junho.
Instada a pronunciar-se sobre a abertura de um espaço ainda por concluir, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) sublinha que não houve qualquer antecipação e que “a data foi marcada por coincidir com o dia da cidade, e feriado municipal no dia de Santo António, sendo essa a data que o empreiteiro aceitou entregar a obra”.
A data original, aliás, era 28 de maio, assegura a autarquia de Lisboa, “data essa que foi adiada a pedido da empresa encarregue da obra”.
Nas redes sociais houve ainda quem alegasse que haveria trabalhadores a pernoitar nas instalações, de forma a tornar aparentemente funcionais zonas que não estariam ainda preparadas para ser abertas ao público. A autarquia de Lisboa diz, no entanto, que a permanência desses funcionários nas instalações “tem a ver unicamente com a gestão laboral da empresa responsável pela empreitada“.
“A parte central do parque urbano foi concluída a 13 de junho, como o comprovam as centenas de pessoas que ocuparam os novos espaços verdes no próprio dia 13 de junho e nos dias seguintes, não fazendo sentido manter toda a obra fechada e impedir os cidadãos de usufruir de uma nova área verde – como de resto tem acontecido”, conclui a CML.
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Avaliação do Polígrafo:
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