| schema:text
| - “O Programa Eleitoral do BE quer a revisão dos manuais escolares nos capítulos referentes ao ‘legado histórico e cultural‘ de Portugal”, destaca-se no título de uma publicação na página “Direita Política”, datada de 2 de setembro de 2019 e partilhada na rede social Facebook.
No texto da publicação, o autor vai mais longe, concluindo desde logo que “em resumo, o BE quer reescrever a História“. Mais, “quer sujar de suposta indignidade bloquista os nomes dos grandes exploradores marítimos como Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama ou o Infante D.Henrique, entre tantos e tantos nomes grandes da História de Portugal. Transformá-los em sanguinários malfeitores. Quer manchar de vergonha bloquista momentos, portugueses, que integram, legitimamente, a História Mundial como a Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia ou a Descoberta do Brasil entre tantos momentos ricos do Portugal dos Descobrimentos”.
E prossegue: “Quer enlamear marcos históricos como o Tratado de Tordesilhas. Quer apagar da História de Portugal ter dado ‘novos mundos ao Mundo’. Tornar proscrito Camões? Fazer desaparecer o Império Português? Mais do que querer reescrever a História de Portugal, o BE pretende que Portugal a renegue. Que tenha vergonha da sua História. (…) O BE quer reescrever a História de Portugal, sujando-a, enlameando-a, prostituindo-a. Os portugueses vão permitir?”
Confirma-se que no Programa Eleitoral do Bloco de Esquerda (BE) propõe-se uma “revisão dos manuais escolares nos capítulos referentes ao ‘legado histórico e cultural’ de Portugal”? E pode concluir-se a partir daí que o BE pretende “reescrever a História”? Verificação de factos.
Ora, consultando o Programa Eleitoral do BE para as legislativas de 2019 (disponível aqui), verificamos que há apenas uma proposta, na página 123 (de um total de 156 páginas), “Capítulo 4 – Direitos fortes contra o conservadorismo e o preconceito”, que se pode enquadrar na alegada “revisão dos manuais escolares”.
Aliás, é somente uma parte dessa proposta que passamos a transcrever: “Abertura dos manuais e outros materiais escolares a novas correntes problematizadoras dos legados históricos e culturais, no quadro de um processo de revisão curricular mais amplo“.
Extrapolar esta única frase em todo o Programa Eleitoral do BE até ao patamar de “reescrever a História” ou “sujar de suposta indignidade bloquista os nomes dos grandes exploradores marítimos como Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama ou o Infante D. Henrique” e “transformá-los em sanguinários malfeitores“, entre outras interpretações veiculadas no texto da publicação em análise, é algo que não tem sustentação factual e gera desinformação.
De resto, não há qualquer referência específica à suposta “revisão dos manuais escolares nos capítulos referentes ao ‘legado histórico e cultural’ de Portugal”, como se destaca no título da publicação na página “Direita Política”. Muito menos aos “grandes exploradores marítimos“, ou ao Tratado de Tordesilhas, nem sequer a “tornar proscrito Camões“.
***
Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam naquela rede social.
Na escala de avaliação do Facebook este conteúdo é:
Falso: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo este conteúdo é:
|
![[RDF Data]](/fct/images/sw-rdf-blue.png)
![[cxml]](/fct/images/cxml_doc.png)
![[csv]](/fct/images/csv_doc.png)
![[text]](/fct/images/ntriples_doc.png)
![[turtle]](/fct/images/n3turtle_doc.png)
![[ld+json]](/fct/images/jsonld_doc.png)
![[rdf+json]](/fct/images/json_doc.png)
![[rdf+xml]](/fct/images/xml_doc.png)
![[atom+xml]](/fct/images/atom_doc.png)
![[html]](/fct/images/html_doc.png)