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| - Um vídeo divulgado massivamente na semana passada nas redes sociais e nos meios de comunicação social do todo o mundo gerou sentimentos extremos entre a população católica. Entre o choque e a incredulidade, os crentes observaram o Papa Francisco a cumprimentar os fiéis na pequena cidade italiana de Loreto. Problema: não se tratou de um cumprimento vulgar – nele, o Sumo Pontífice surge a retirar a sua mão (em alguns momentos de forma brusca) para evitar que o anel papal, um dos principais símbolos da sua missão à frente da Igreja, fosse beijado. Muitos não acreditaram na veracidade das imagens.
Não seria a primeira vez que o Papa Francisco surge num vídeo manipulado – por exemplo, Jimmy Kimmel apresentou um clip do encontro com Donald Trump em que o Papa se recusava a tocar na mão do presidente norte-americano, enquanto Ellen DeGeneres partilhou no seu talk show, um dos mais vistos nos Estados Unidos, uma montagem de Francisco a retirar uma toalha do altar através de um truque de magia.
Porém, ao contrário dos anteriores, este vídeo é verdadeiro. As imagens divulgadas são, porém, parcelares. No vídeo completo, publicado pela Vaticano News, é possível constatar que antes dos gestos de repulsa o Papa permitiu que vários crentes lhe beijassem a mão.
O Vaticano já reagiu à publicação do vídeo. Alessandro Gisotti, diretor do gabinete de imprensa do Vaticano, garante que a decisão de Francisco foi motivada pela higiene – ou, neste caso, pela falta dela. “O Papa disse-me que a razão pela qual não permitiu que beijassem o anel em Loreto foi por uma questão de higiene, para evitar a disseminação de germes entre as pessoas que faziam fila”, explicou.
Papa Francisco quer acabar com o beijo ao anel?
Este vídeo levanta uma nova questão: estará o Papa Francisco a pensar acabar com o tradicional beijo papal? Não é segredo que o Sumo Pontífice tem sido muito crítico em relação às tradições mais conservadoras da Igreja Católica.
Segundo um artigo publicado na BBC, o beijo ao anel do Papa tem muita importância política e religiosa. Um exemplo: quando Francisco visitou o líder da Igreja Ortodoxa, o chefe da Igreja Católica fez questão de beijar as mãos do Patriarca Ecuménico Bartolomeu I, e este retribuiu o gesto, num sinal de reconciliação entre as duas religiões.
Também na última visita do Papa a Portugal – no âmbito das comemorações do centenário das aparições de Fátima –, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu o chefe da Igreja Católica na base aérea de Monte Real, cumprimentando-o, precisamente com um beijo na mão. Portugal foi o país escolhido para acolher, em 2022, a Jornada Mundial da Juventude, em que o Papa marcará presença.
Avaliação do Polígrafo:
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